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A organização dos campeonatos internacionais de Agility, desporto canino, que reúne em Abrantes milhares de participantes durante três semanas, destacou ontem a “grande visibilidade” dada à modalidade, perspetivando um impacto económico de 10 milhões de euros (ME) na região.
O presidente do Clube Cinófilo do Alentejo, entidade que está a organizar até dia 27 os campeonatos mundiais de Agility e o Open Europeu da modalidade em Abrantes, no distrito de Santarém, disse à agência Lusa que o evento está a dar “grande visibilidade” à modalidade em Portugal, notando a dinâmica económica associada, nomeadamente de alojamento e restauração, para milhares de pessoas em Abrantes e na região.
“Estamos a ocupar hotéis cerca de um raio de 80 quilómetros e o que está previsto, em termos de impacto turístico e económico, é que entre cinco a 10 milhões de euros sejam gastos nesta região durante estas três semanas, dos quais metade deverá beneficiar diretamente Abrantes e as localidades vizinhas”, disse Ezequiel Sousa.
Os setores da “restauração e alojamento têm sido dos mais impactados”, com “ocupação praticamente esgotada em toda a área envolvente”, nomeadamente nas regiões do Ribatejo, Baixa Baixa e Alto Alentejo, indicou o responsável.
“Muitos dos participantes aproveitam a junção geográfica e temporal de três eventos para participar e ver as provas, mas também para tirar férias e conhecer o país”, disse o dirigente, que sublinhou ainda o potencial promocional do evento, num "momento único" e que “coloca Portugal no mapa internacional da modalidade”.
O Agility é um desporto canino, semelhante ao hipismo, mas com uma diversidade considerável de obstáculos adaptados aos cães, em que a conjugação de agilidade e velocidade determina a qualidade das duplas guia-cão. O objetivo é terminar a prova sem cometer infrações e no menor tempo possível.
Desde 10 de julho, e com provas durante três fins de semana consecutivos, os campeonatos internacionais de Agility têm um total de cerca de 2.000 cães concorrentes inscritos e mais de 5.000 acompanhantes, oriundos de 41 países.
“São quatro das cinco provas mais importantes que existem a nível mundial e estão a decorrer cá, tendo iniciado com o Campeonato Mundial Júnior e Sénior, seguindo-se o Open Europeu e depois o Campeonato Mundial de Border Collie”, declarou Ezequiel Sousa, acrescentando que “a junção temporal das competições, em três fins de semana seguidos, e no mesmo país, é a primeira vez que sucede”.
Em termos desportivos, os binómios (dupla homem-cão) de Espanha, Inglaterra, França e Alemanha conquistaram os principais prémios individuais e coletivos do Campeonato Mundial Júnior e Sénior, que decorreu entre os dias 10 e 13 de julho, com a delegação portuguesa a revelar uma "prestação positiva" nestes mundiais, segundo a organização.
“A delegação portuguesa tem-se comportado muito bem. Tivemos um prémio individual nos juniores, um terceiro lugar, e também tivemos uma vencedora de manga nos seniores e um terceiro lugar por equipas em seniores. Portanto, até Portugal está a começar a aparecer nestes campeonatos”, declarou Ezequiel Sousa.
Depois dos Campeonatos do Mundo de Agility Júnior e Agility Senior, com a presença de 770 duplas (pessoa-cão) que implicaram uma afluência de acompanhantes na ordem das 2.100 pessoas, até domingo decorre o Open Europeu de Agility, que conta com 803 duplas e cerca de 2.200 acompanhantes.
A fechar, de 24 a 27 de julho, realiza-se o Campeonato do Mundo do Border Collie (Border Collie Classic) onde são esperadas 260 duplas.
A organização dos campeonatos internacionais é do Clube Cinófilo do Alentejo sob a égide do Clube Português de Canicultura e da Federacion Cynologique Internationale, com o apoio do município de Abrantes.
Lusa
