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ACES, Relatório Epidemiológico: Erro nos relatórios, afinal Abrantes teve 203 casos positivos nos últimos 14 dias (C/ÁUDIO)

22/11/2020 às 18:48

Houve erros na contabilização dos casos positivos do concelho de Abrantes ao longo das últimas semanas. O erro foi assumido esta tarde à Antena Livre por Maria dos Anjos Esperança, coordenadora da Unidade de Saúde Pública do Médio Tejo que explicou os mesmos.

Vamos lá às contas.

No período de 6 a 19 de novembro, intervalo temporal que serviu de base para a definição das restrições do Estado de Emergência, Abrantes tinha um registo de 93 novos infetados o que dava um rácio de 261 infetados por 100 mil habitantes. Logo, Abrantes deveria ter entrado no nível amarelo de risco de infeções, com medidas restritivas mais baixas e onde já tinha estado na última semana.

Só que Abrantes entrou no nível laranja, ou seja, com um rácio de 480 a 900 novos infetados por 100 mil habitantes. Desde sábado e comparando os números alguma coisa não batia certo porque para o concelho entrar no nível laranja necessitava de, pelo menos, ter registado 174 novos infetados entre os dias 6 e 19 de novembro.

Ainda ontem começámos, como é nossa função, a questionar todas as entidades porque, tal como muitos cidadãos, fazemos contas e as contas não batiam certo com as medidas e mapas anunciados pelo primeiro-ministro após o Conselho de Ministros. E as nossas perguntas foram direcionadas às diversas entidades.

Na tarde deste domingo tivemos as explicações de Maria dos Anjos Esperança que assume um erro das entidades da saúde na contabilização dos casos.

“Os casos que têm aparecido positivos em Abrantes (…) foram acompanhados e identificados pelos técnicos da Saúde Pública, mas houve um deficiente registo do número de casos identificados por nós (Saúde Pública do ACES Médio Tejo). Há uma diferença de 110 casos em Abrantes (…) que aconteceu por força de notificações laboratoriais atualizadas de casos antigos e por dados que não foram contabilizados pela Unidade de Saúde Pública”, explicou a coordenadora Maria dos Anjos Esperança.

A médica confirmou que entre os dias 6 e 19 de novembro Abrantes teve 203 casos e não os 93 que estão oficialmente, e publicamente, registados nos relatórios diários da Saúde Pública do Médio.

A Antena Livre fez as contas, tendo por base os 35.608 habitantes (Valor do Instituto Nacional de Estatística relativo ao final de 2019) do concelho. Com 93 casos positivos entre 6 e 19 de novembro o rácio era de 261 novos casos por 100 mil habitantes.

Com os 203 casos referenciados pela Delegada de Saúde o rácio de Abrantes aponta aos 570 casos por 100 mil habitantes. E é aqui que se enquadra a inclusão de Abrantes no nível de risco muito elevado de contágio por isso com medidas mais restritivas nos próximos 15 dias, enquanto vigorar o Estado de Emergência que entram amanhã em vigor.

Maria dos Anjos Esperança, ACES Médio Tejo

 

Presidente da Câmara de Abrantes reagiu com surpresa à inclusão na lista de risco muito elevado

O presidente da Câmara Municipal de Abrantes reagiu em comunicado, divulgado nas plataformas digitais da autarquia manifestando surpresa com a inclusão de Abrantes nesta lista de concelhos de risco muito elevado.

No texto é explicado que a surpresa se baseia no “facto de no período temporal que serviu de amostra para a definição destas novas designações de risco termos um número de infetados muito abaixo do número de casos definidos pelo Governo para esta categorização de risco muito elevado”, ou seja, mais de 480 infetados por 100 mil habitantes.

No comunicado o Município revela que entrou em contacto “com as entidades de saúde e com o Governo para expressarmos a nossa discordância relativamente a esta decisão e para que nos sejam prestados esclarecimentos sadicionais”.

De acordo com a mesma nota, pode ler-se que os responsáveis entendem que a implementação de medidas são importantes para combater a pandemia, mas “devem ser em conformidade com o número de casos o que não é o nosso caso. Estamos a defender a nossa comunidade, nomeadamente, o comércio local e a restauração, que em função desta restrição são muitíssimo penalizados”.

 

 

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