O Festival Nacional de Gastronomia foi inaugurado esta quinta-feira em Santarém, com o presidente da Câmara, João Leite, a destacar o papel do evento na afirmação do concelho como destino turístico e gastronómico, sublinhando um crescimento de 30,6% nas dormidas entre 2019 e 2024.
Na cerimónia de abertura da 44.ª edição do festival, que decorre até 26 de outubro, João Leite afirmou que Santarém “é hoje a capital nacional da gastronomia”, resultado de uma estratégia municipal que tem vindo a produzir “efeitos claros” na economia local.
“Mais pessoas significa mais atividade económica nos nossos restaurantes, nos nossos serviços, no nosso comércio, na nossa hotelaria”, afirmou o autarca, acrescentando que o investimento público em grandes eventos tem um “efeito multiplicador” que contribui para o desenvolvimento do território.
O presidente da Câmara afirmou que o desenvolvimento da gastronomia do concelho tem permitido atrair investimento privado, referindo que várias unidades hoteleiras já manifestaram interesse em instalar-se em Santarém, "atraídas pela cultura, património e dinâmica local".
João Leite enalteceu ainda o papel da restauração escalabitana, que considera ser o principal motor da notoriedade gastronómica da cidade.
“Se hoje somos a capital nacional da gastronomia, deve-se aos restaurantes de Santarém, que todos os dias mobilizam pessoas até ao nosso território”, afirmou.
A cerimónia contou com a presença do secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Pedro Machado, que defendeu a criação de uma infraestrutura nacional dedicada à gastronomia, com o objetivo de "reposicionar Portugal no mercado internacional e valorizar um dos seus maiores ativos”.
"O festival é um agregador da nossa cultura, da nossa diversidade, da nossa criação de riqueza e sobretudo da visibilidade daqueles que, durante todo o ano, contribuem para este produto diferenciador da marca Portugal”, afirmou o governante.
Pedro Machado revelou que o Governo traçou como objetivo estratégico a criação de uma alta escola de gastronomia, que permita “reforçar e reposicionar” a oferta nacional, respondendo "à crescente procura internacional".
O responsável sublinhou que a gastronomia, os vinhos e a cozinha regional são elementos centrais na afirmação turística do país, e que o investimento em eventos como o de Santarém tem impacto direto na atração de visitantes e na dinamização das economias locais.
O secretário de Estado destacou ainda que o comércio, os serviços e o turismo representam atualmente 60% da riqueza bruta nacional, defendendo a revitalização do comércio tradicional como parte integrante da experiência turística.
“Encontrar soluções financeiras que o tornem mais sustentável e competitivo é essencial”, disse.
A cerimónia contou também com a presença do presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, José Santos, que afirmou que Santarém “é um farol para a gastronomia da região”, destacando o impacto do festival na criação de “circuitos profissionais” e na articulação entre o setor primário e o setor terciário.
“Os eventos são fatores geradores de riqueza, geradores de atração de visitantes, contribuem para a dinamização das economias locais”, defendeu.
O responsável defendeu a criação de um calendário anual de eventos e revelou que a entidade tem apoiado o município de Santarém com vista à captação de projetos privados.
“Hoje mesmo aprovámos um plano de promoção para os mercados transfronteiriços com Espanha, onde pela primeira vez vamos trabalhar de forma autorizada o Ribatejo”, anunciou, acrescentando que está prevista uma grande ação de promoção do festival ‘Viva Test’ no próximo dia 20 de novembro, em Lisboa.
O Festival Nacional de Gastronomia de Santarém, realizado anualmente, reúne chefs de renome, produtores locais e amantes da gastronomia, oferecendo vários pratos típicos de várias regiões.
O Festival, que decorre até 26 de outubro, na Casa do Campino, inclui ainda demonstrações culinárias, degustações e workshops.
Lusa