Deseja receber notificações?
O Grupo Etnográfico “Os Esparteiros” celebrou os 50 anos de existência com um almoço comemorativo que contou com momentos de partilha e confraternização entre as diferentes gerações desta associação. Embora o grupo faça 50 anos de existência, é já há 51 que se começaram a unir forças para a criação deste grupo, referiu Raul Grilo em declarações à Antena Livre.
Quando questionado sobre se tinham existido momentos nostálgicos no almoço, Raul Grilo respondeu desta forma: “sim, também, houve logicamente momentos de nostalgia, momentos de alegria, momentos de recordar também aqueles que já partiram porque até hoje já 15 pessoas nos deixaram. Principalmente foi a alegria de estarmos todos em conjunto”.
Foi também recordada a participação no documentário da RTP denominado, “Em Mouriscas acontece”, realizado em 1977, que plasmou a história da freguesia, os costumes e as gentes.
Sobre a manutenção da tradição esplanada no programa, o presidente do grupo, respondeu que “vamos conseguindo mantê-la principalmente porque as recolhas foram feitas, foram trabalhadas porque na altura que nós fizemos as recolhas, já havia situações em que os anunciantes já tinham algumas influências das realidades um pouco afastadas porque já havia influências de rádios e televisões, nós depois, para além da recolha, fizemos um estudo e fomos capazes de retirar a parte menos habilitada a dar-nos o seguimento daquilo que nós queríamos para ser a realidade da tradição”.
Raul Grilo acrescenta ainda que hoje em dia “pelos elementos que nós temos e pelas pessoas que vão continuando a colaborar com o grupo, conseguimos manter a realidade e nunca alterámos nem a queremos nunca alterar.
Felizmente com as pessoas que temos no grupo, vamos conseguindo preservar a realidade que foi a vivência do povo de Mouriscas”. O dirigente, devido à globalização e evolução dos tempos, refere que existe uma maior dificuldade em encontrar tecidos para a execução dos trajes tradicionais. Embora exista esta dificuldade, Raul Grilo explicou que o grupo ainda tem bastantes tecidos tradicionais guardados devido a liquidações de lojas. Acrescentou ainda que o fato de noiva, ainda hoje utilizado, é uma cópia fiel do original, datado 1925.
Este fato que será exibido no dia 16 de agosto na 46.ª edição do Festival de Folclore de Mouriscas que este ano é Ibérico, visto que “pela quarta vez temos um grupo de Espanha e como acontece sempre nas nossas representações, nós evidenciamos não só a dança e o cantar, mas queremos mostrar quem eram as pessoas que bailavam, que cantavam e mostramos sempre os trajes que elas envergavam no seu dia de trabalho”.
Este festival, integrado na Feira Mostra de Mouriscas, iniciará pelas 22 horas e conta com o Grupo Etnográfico “Os Esparteiros” (Mouriscas), o Grupo Folclórico “As Ceifeirinhas” do Vale Mesio (Lousada), o Grupo Etnográfico “Danças D´Aldeia” de Pardilhó (Estarreja), o “Grupo de Danças e Cantares da Beira Baixa” (Castelo Branco) e por fim o “Grupo de Coros y Danzas Juellega Extremeña” (Espanha), nossos vizinhos.
Raul Grilo considera que este cartaz representa aquilo que é o folclore da Península Ibérica e garante que “será um espetáculo muito variado, muito rico e muito verdadeiro daquilo que nós queremos mostrar às pessoas”. O representante deixou ainda o ímpeto para que todas as pessoas da zona de Mouriscas e arredores venham até Mouriscas para visitar esta feira que conta com inúmeras atividades, e claro também para viver aquilo que é o verdadeiro folclore português.
Rúben Filipe
