São duas obras a concluir ainda este ano e outras duas em 2026, apoiadas pelo PRR ou pelo Portugal 2030. A Câmara de Abrantes mostrou o andamento da requalificação do Cineteatro S. Pedro, da futura creche municipal, do Largo da Igreja (Rossio ao sul do Tejo) e USF norte, na antiga escola primária de Alferrarede.
Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes, começou por explicar que estas são intervenções apoiadas por programas comunitários, PRR ou Portugal 2030, mas que têm prazos apertados e que têm de ser cumpridos. Há mais obras em curso ou em processo de adjudicação, mas estas são as que estão em velocidade cruzeiro.
Manuel Jorge Valamatos, presidente CM Abrantes
A primeira paragem foi no Cineteatro S. Pedro que está a ser alvo de requalificação e ampliação, numa empreitada adjudicada pelo valor de 2 milhões 645 mil euros. A obra, de execução de 931 dias, conta com financiamento de um Milhão de euros do Portugal 2020 e 1,2 Milhões de euros do Portugal 2030.
Esta intervenção cria novos espaços de acesso técnico, aumenta o palco, cria uma nova zona de camarins.
A plateia teve uma redução por causa da ampliação do palco, para receber todo o tipo de espetáculos. Plateia e primeiro balcão terão uma lotação de cerca de 350 lugares, sendo que a zona técnica de régie e controlo de cena fica igualmente no primeiro balcão. Há ainda uma sala polivalente no primeiro piso, onde já existia uma sala conhecida como “salão de baile”.
Neste momento ainda não há definição sobre o destino a dar ao segundo balcão, ou piolho, como também é conhecido o local.
Manuel Jorge Valamatos explicou o processo de aquisição do imóvel que era propriedade da Iniciativas de Abrantes. Foi uma aquisição feita em 2020 e, disse o autarca, quando ali entraram as condições de segurança estrutural não existiam e todo o interior no palco era uma espécie de pombal, tal a quantidade de pombos que ali existiam.
Depois da compra e da entrada em obra, o aparecimento de estruturas e esqueletos motivaram a entrada de equipas de arqueologia para identificar os achados. No interior, onde é hoje a plateia, surgiram paredes da outrora Igreja de S. Pedro, que ali existiu.
No logradouro, as escavações puseram a descoberto o que terá sido um cemitério ou zona de enterro de corpos do tempo das escaramuças das invasões francesas. E estes achados atrasaram a empreitada vários meses.
Nesta altura está em curso a empreitada para aquisição de todo o equipamento ligado à mecânica de cena, sendo que a parte da construção está praticamente na fase de acabamentos.
De acordo com Manuel Jorge Valamatos o cineteatro será para abrir ainda este ano de 2025.
Manuel Jorge Valamatos, presidente CM Abrantes
Da cultura para a educação. É uma obra de transformação da antiga escola primária n.º 2 de Abrantes, no Alto de Santo António, em creche. Esta é uma intervenção com prazos apertados, por causa do financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência e em outubro, no arranque do ano letivo, deverá estar a abrir portas. É, pelo menos essa a expetativa.
A intervenção tem um valor de quase 1 Milhão 970 mil euros com um financiamento de perto de meio milhão de euros, para um prazo de execução de 365 dias.
Esta creche terá uma capacidade de 107 crianças, berçário com capacidade de 35 bebés, salas para 36 crianças até aos 24 meses e ainda outra ala para 36 crianças entre os 24 e os 36 meses.
A intervenção é global no edifício, que ficou praticamente com as paredes exteriores, sendo todo o espaço coberto redefinido para esta nova resposta.
No interior da obra, o presidente da Câmara de Abrantes disse esperar que a empresa faça todos os esforços para cumprir os prazos, primeiro por causa do financiamento PRR e depois para a entrada em funcionamento no início do ano letivo.
Manuel Jorge Valamatos, presidente CM Abrantes
Nesta explicação Manuel Jorge Valamatos indicou ainda que já foi aprovado o projeto de Regulamento que define as regras de candidaturas para as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPPS) para gestão desta infraestrutura. E acrescentou que não poderia o Município entrar a fazer concorrência nesta área, pelo que esta concessão a uma IPSS afigura-se a melhor solução.
De notar que a abertura desta estrutura que muita falta faz a Abrantes implicará também a criação de 25 novos postos de trabalho.
Esta obra, que é financiada e vai integrar uma resposta através da Segurança Social, tem sido acompanhada por esta entidade, para aferir a execução de acordo com as regras vigentes.
De acordo com o Município de Abrantes “todas as vagas da creche serão para disponibilizar para a gratuitidade, o que pressupõe que a entidade que assumir a gestão terá de proceder a todas as diligências e procedimentos com vista à aprovação de candidatura e celebração de Termo de Adesão com o Instituto da Segurança Social, por forma a que a creche municipal integre a bolsa de creches aderentes."
O projeto de requalificação procura manter o edifício e a sua entrada como o primeiro referencial, mas haverá uma ampliação ocupando o terreno do antigo recreio com uma área de 2.052 m².
Ainda segundo o projeto a futura USF terá oito gabinetes de consulta e duas salas de tratamento.
Segundo Manuel Jorge Valamatos esta será a terceira Unidade Saúde Familiar do concelho que se junta à USF Francisco Almeida, no centro da cidade, e a USF Beira Tejo, situada em Rossio ao Sul do Tejo, mas que abrange uma série de freguesias do sul do concelho.
Ainda de acordo com o autarca, o funcionamento da USF Norte de Abrantes será assegurado por uma equipa multi profissional que poderá ser constituída por seis médicos, seis enfermeiros e seis administrativos. Com a sua entrada em funcionamento, o atual polo de saúde de Alferrarede funcionará com o objetivo de acolher todos os serviços da unidade de recursos assistenciais partilhados, nomeadamente as consultas de higiene oral, medicina dentária, nutrição, psicologia, fisioterapia, cardiopneumologia, podologia e serviço social.
A conclusão desta unidade de saúde está prevista para setembro de 2026 e é primeira empreitada da empresa Manteivias no concelho de Abrantes
O autarca reforçou que não está em causa apenas “a construção de um edifício. Estamos a mudar a organização do sistema de saúde. Há um trabalho em equipa diferente dos modelos tradicional dos cuidados primários de saúde. Para já é o melhor modelo na atualidade”, vincou Manuel Jorge Valamatos.
Esta é, segundo o autarca, uma resposta para 11 mil pessoas que inclui a manutenção dos polos de saúde de Mouriscas, Carvalhal e Rio de Moinhos.
Já a intervenção entre a EN 118 e a USF Beira Tejo, também em curso e com conclusão prevista para janeiro, vai criar um largo e zona de estacionamento. Trata-se de uma obra com custo de 839 mil euros, com financiamento previsto de 816 mil euros através do Portugal 2030.
O Município de Abrantes pretende reorganizar o espaço urbano criando uma nova centralidade com espaço verde e zonas de estadia e de lazer, para além de parque infantil, um parque fitness, um parque para cães e uma bolsa de estacionamento com 54 lugares para automóveis, dos quais quatro para pessoas de mobilidade reduzida e ainda um lugar de estacionamento para ambulâncias, localizado perto da Unidade de Saúde.
Manuel Jorge Valamatos vincou que esta obra de regeneração urbana é um investimento significativo, mas apoio generoso dos fundos comunitários.
Não fez parte deste roteiro, mas estão em curso as diversas empreitadas para construção de 64 fogos ao abrigo da Estratégia Local de Habitação e que serão geridos pelo Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana. Trata-se de um pacote com financiamento do PRR e que não se destina a habitação social. Aliás, Manuel Jorge Valamatos, deixou bem vincado que estas habitações destinam-se a casais jovens e empregados.
Quando questionado sobre as possíveis dificuldades em ter empresas para todas as obras, ou estas terem empregados que permitam garantir o volume de trabalho o autarca disse que é um problema que extravasa o Município ou até o país. É um problema que se está a verificar na Europa. Mesmo assim diz que, por cá, as coisas têm estado a correr bem e tem existido empresas a concorrer às empreitadas o que é bom sinal.
Manuel Jorge Valamatos, presidente CM Abrantes
O presidente da Câmara de Abrantes notou ainda a importância de cumprir prazos nestas empreitadas porque estão mais algumas à porta como a Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, a Residência de Estudantes, o projeto de mais de oito Milhões de Euros para requalificação do edifício e zona envolvente ao antigo mercado diário, ou a nova rotunda e zona envolvente aos parques de estacionamento do hospital.
Isto quer dizer que as equipas técnicas do Município terão muito trabalho com estas grandes empreitadas a juntar a todas as outras obras que decorrem ao longo do ano.
A ideia de mostrar estas, em particular, foi justificada porque são aquelas que têm suscitado mais curiosidade por parte dos cidadãos.
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