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Abrantes: Nova vaga de despedimentos na Central do Pego

5/10/2022 às 19:31

No âmbito do processo de encerramento da central a carvão do Pego, que deixou de produzir eletricidade em novembro do ano passado, a Tejo Energia teve de fazer a reestruturação da sua estrutura de recursos humanos.
No ano passado avançou com um processo de despedimento coletivo de um lote dos seus quadros e, ao que a Antena Livre conseguiu saber, neste momento a empresa tem em curso um processo semelhante.

Após o encerramento da produção, em novembro de 2021, a Tejo Energia manteve o número de trabalhadores considerados necessários para fazer frente a uma eventual reestruturação técnica para que a central pudesse ser transformada para queimar biomassa. Recorde-se que a empresa apresentou uma proposta no concurso para o Ponto de LIgação à Rede (PLR) lançado pelo governo e que viria apenas a ficar concluído em março de 2022. Apesar do trabalho feito pela empresa a decisão política do Ministério do Ambiente, então liderado por João Matos Fernandes, foi avançar para um novo concurso tendo esgrimido alguns argumentos, um dos quais, que os acionistas da Tejo Energia [Trust Energy e Endesa] não se entendiam.

Como o concurso para o PLR do Pego foi ganho pela Endesa restou à Tejo Energia, proprietária das estruturas da central a carvão, avançar para o processo de desmantelamento dos grupos a carvão.

Ao que conseguimos saber junto de fonte bem colocada a Tejo Energia decidiu manter a equipa no ativo até ao final do descomissionamento, previsto para dezembro deste ano, iniciando-se nesta altura um processo de despedimento coletivo de 20 trabalhadores afetos à PEGOP, a empresa que faz a gestão e manutenção das centrais do Pego.

Ao que conseguimos saber há ainda um processo idêntico de despedimento de um número indeterminado de funcionários de empresas subcontratadas ou prestadoras de serviço nesta central de produção de eletricidade.

Ao abrigo do Fundo para a Transição Justa, os trabalhadores que no final do ano passado estiveram no despedimento coletivo tiveram possibilidade de ser enquadrados num programa de transição que minimizou o impacto deste despedimento na sua vida pessoal e social. E esta transição foi a possibilidade de poderem entrar em programas de formação profissional do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) por forma a terem uma possibilidade de reconversão profissional.
A Antena Livre sabe que este grupo de trabalhadores que vai ser despedido espera um tratamento semelhante por parte do Estado, mas até agora, garantem, ainda não têm qualquer informação sobre o processo por isso, estão preocupados.

O fim da produção de energia a carvão da central termoelétrica da Tejo Energia esteve oficialmente marcado para 30 de novembro de 2021, mas com o esgotamento dos ‘stocks’ de carvão na empresa, no dia 19 de novembro, a central já não foi reativada.

O Governo iniciou um processo de concurso público para a atribuição de nova concessão para Ponto de Ligação à Rede elétrica.

No dia 25 de março deste ano o júri do concurso para o ponto de ligação à rede elétrica da central do Pego, em Abrantes, escolheu a proposta da Endesa. O processo foi remetido à Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) para formalização da decisão.

A Central Termoelétrica do Pego é o maior centro produtor nacional de energia, tinha uma potência instalada de 628 megawatts (MW) na central a carvão, e de 800 MW na central a gás, que prosseguirá em atividade, com contrato válido até 2035.

(EM ATUALIZAÇÃO)

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