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O ano negro para as empresas ligadas aos espetáculos e festas de verão (C/ÁUDIO)

12/05/2020 às 00:00

A pandemia, já se sabe, veio trazer uma nova forma de viver, um conjunto de limitações e de novas regras. Depois de três períodos de Estado de Emergência em que toda a vida social entrou em modo de suspensão segue-se um Estado de Calamidade que pode ser quase igual ao anterior, mas prevê um retorno faseado a uma normalidade, que não voltará a ser a mesma. Uma simples refeição no restaurante passará por regras inimagináveis há três ou quatro mesas. O acesso geral à praia, coisa que os portugueses tanto gostam, terá regras que podem ser muito apertadas. E os festivais de verão, até 30 de setembro, estão proibidos. Festivais de música ou eventos similares.

Polémicas à parte, sabe-se que os grandes festivais estão a reagendar as datas já para 2021, mas ainda não se sabe grande coisa sobre as festas de verão das aldeias. Ao nível dos municípios as autarquias estão a cancelar a realização das grandes festas dos concelhos ou estão, nalguns casos, a aguardar clarificação das autoridades sobre as formas ou fórmulas que poderão vir a existir que permitam a sua realização.

No meio deste turbilhão estão uma mão-cheia se setores da vida artística que estão completamente parados. Os artistas, cantores, bandas, projetos musicais que são os mais falados. Bandas filarmónicas ou ranchos folclóricos, ou grupos de dança, ou grupos de cantares. Mas para além da música há muito mais. E existem ainda as empresas que operam as logísticas, equipamentos, tendas, palcos.

Depois, temos as empresas de som e as de agenciamento. E foi estas que fomos bater à porta. Fomos ao encontro de dois empresários da região que têm um ano, neste momento, de faturação zero e que não se prevê que venha, para já, a ter grandes modificações. Mesmo que o cancelamento dos grandes festivais ou eventos não os atinja diretamente, a dúvida ainda paira no ar sobre outros eventos musicais de menor envergadura. Por exemplo, um Rock na Vila, de Vila de Rei, que foi adiado de junho para setembro, mas cuja realização ainda não estava decidida a 100%, na altura em que gravamos as entrevistas com os empresários da área do espetáculo.

Nuno Madeiras da Zona B, uma empresa de agenciamento, diz que tudo o que estava previsto para este primeiro semestre está cancelado ou adiado e os eventos do verão ainda há muita dúvida no ar.

Nuno Madeiras 

Já Ricardo Casimiro da Cor do Som, empresa de produção de som e luz, diz que está a tudo a tornar-se muito complicado. Há investimentos feitos que não se pagam num único ano e o estado das coisas está a complicar-lhe a vida porque não vão conseguir trabalhar.

Ricardo Casimiro

Sobre a decisão do governo da semana passada de proibir os festivais de verão teve reação a dois momentos. Um primeiro de algum suspiro porque a Cor do Som não trabalha nos grandes festivais. Mas depois, com a retificação para eventos similares, voltaram todas as dúvidas sobre que verão será o de 2020.

Ricardo Casimiro

Já Nuno Madeiras diz que a decisão governamental vai afetar tudo e todos. Mas, diz o empresário, que as coisas têm de ser clarificadas. Não se pode comparar um Alive (50 mil pessoas) a um Rock na Vila (duas ou três mil pessoas).

Nuno Madeiras

Este empresário diz que ainda há organizações que não cancelaram ou adiaram porque estão ainda à espera de clarificações sobre aquilo que se pode, ou não fazer.

Nuno Madeiras

Ricardo Casimiro tem opinião idêntica. E acrescenta que há muitos programadores que ligam a sondar ou a tentar perceber como estão os dados, para decidir se adiam, cancelam ou seguem em frente para a realização desses eventos.

Ricardo Casimiro

E quando as datas são postas em causa qual é o passo que as organizações dão reagendar ou cancelar? Ricardo Casimiro responde que a grande preocupação de organizações e dos artistas é o reagendamento.

Ricardo Casimiro

A Zona B tem a mesma linha de propostas, o reagendamento é a preferência de quem organiza eventos e dos artistas.

Nuno Madeiras

Para a Zona B este é um ano claramente negativo. A empresa trabalha nesta área, exclusivamente, por isso é um ano de não trabalho e, nalguns casos, já a preparar o 2021.

Nuno Madeiras

Também a Cor do Som vive um ano negro. Ricardo Casimiro fala em faturação zero e num conjunto de pessoas que dependem deste período de maio a outubro para organizar a sua vida pessoal.

Ricardo Casimiro

Já se sabe que o verão vai ser sem grandes festivas. Resta saber se as pequenas festas de concelho ou arraiais de verão das aldeias podem realizar-se. Certo, para já, é que estas empresas ligadas aos espetáculos de ar livre ou de verão passam por dificuldades, num ano sem faturação e, neste momento, ainda com muitas dúvidas sobre se este 2020 ainda terá algum evento para lhes dar trabalho.  

 
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