No passado dia 26 de julho de 2025, a convite e promoção de André Grácio, de Jorge Matos e da Associação de Caçadores de Envendos/Carvoeiro realizou-se a primeira Tertúlia Cinegética entre dirigentes e colaboradores de zonas de caça, com vista à troca de ideias sobre a Caça Maior na região de Mação, Gavião, Abrantes e concelhos confinantes.
Em Portugal caça maior refere-se ao ato de caçar animais de grande porte, geralmente mamíferos selvagens como javali, veado, corço ou gamo.
Aproveitando a oportunidade concedida pela organização das festas de Carvoeiro, freguesia do concelho Mação, entre a degustação de produtos regionais, foram abordados diversas temas, desafios e problemáticas que a caça ao javali coloca, quer às zonas de caça, quer às populações, tendo dali resultado um entendimento quanto a procedimentos a adotar para reforçar o contacto com os habitantes dos espaços rurais que sofrem prejuízos agrícolas pela ação dos javalis, mas também se acordou no aumento da exigência das entidades gestoras em matéria de segurança no ato venatório.
Foi ainda obtido um acordo tácito quanto aos custos com o serviço de matilhas e à forma como estas devem prestar os seus serviços.
Um dos temas mais polémicos que foram abordados passou pela constatação do aumento da caça furtiva ou fora das condições legais que é levada a cabo para fornecer a carne de javali a particulares, a espaços de restauração e a festas.
Além de se tratar de prática criminosa, coloca também em causa a saúde pública, pois é impossível garantir o rastreio (local e condições de abate) e não há qualquer controlo veterinário o que determina elevado perigo para a saúde pública (tuberculose e triquinose)
De notar que não resultou qualquer consenso desta tertúlia quanto aos censos (quantidade de efetivos) e pressão cinegética (quantidade de abates) sobre o javali, tendo os promotores decidido voltar a promover e a realizar nova tertúlia, já com dados atualizados, em março de 2026.