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ULS Médio Tejo: Urgência sem constrangimentos previstos e maternidade com avaliação semana a semana (c/áudio)

9/08/2024 às 16:30

Com o mês de agosto crescem os constrangimentos na área da saúde. No Médio Tejo os serviços de urgência das três unidades hospitalares estão asseguradas até outubro. Só se acontecer algum imprevisto é que a escala poderá provocar constrangimentos. É desta forma que o presidente do Conselho de Administração da ULS Médio Tejo, Casimiro Ramos, caracteriza as próximas semanas na unidade que dirige.

E acrescenta que ter três urgências, mesmo que duas (Tomar e Torres Novas) sejam urgências básicas, não é de fácil gestão. Mesmo assim não há qualquer previsão de constrangimentos, incluindo na urgência médico-cirúrgica de Abrantes.

Já na urgência de pediatria existem problemas pela falta de profissionais de saúde. No próximo fim de semana, 10 e 11 de agosto, o serviço sediado em Torres Novas está aberto, mas depois vai ter o encerramento aos fins de semana.

Já no que diz respeito à maternidade, na unidade de Abrantes, há a garantia de não existir qualquer constrangimento até às 24 horas do dia 15, quinta-feira da próxima semana, a não ser que exista algum problema de última hora. Nesta sexta-feira, Casimiro Ramos indicou não ter previsão de qualquer constrangimento.

Pode haver é uma grande afluência por via dos encerramentos previstos nestes dias de Santarém, Caldas da Rainha e até Leiria. Nesta área concreta, Casimiro Ramos, revela que pode existir é uma afluência muito grande de áreas de hospitais que têm os seus serviços encerrados.

Para a semana de 16 a 21 de agosto, existem constrangimentos previstos, mas o presidente do conselho de administração revelou estar a tentar evitar encerramentos, numa altura em que deixou de haver fechos programados destes serviços.

Casimiro Ramos, prresidente CA ULS Médio Tejo

Recorde-se que a Direção-Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) revelou que “as utentes grávidas da Unidade Local de Saúde da Região de Leiria com partos programados durante o período de encerramento do respetivo serviço de ginecologia/obstetrícia após diligências da DE-SNS junto da ULS de Coimbra, poderão optar por ser encaminhadas para a mesma”.

A urgência ginecológica/obstétrica do Hospital de Santo André, em Leiria, está fechada desde sexta-feira e até ao dia 19.

Quatro serviços de urgências de Ginecologia e Obstetrícia estarão encerrados no sábado e seis no domingo, maioritariamente em Lisboa e Vale do Tejo, segundo informação oficial, que indica também o fecho de três urgências pediátricas no fim de semana.

Segundo as Escalas de Urgência publicadas no Portal do SNS, às 15:15 de hoje, está previsto na região de Lisboa e Vale do Tejo que no sábado estejam abertas nove urgências de Obstetrícia e Ginecologia e no domingo sete.

Nesta região, vão estar fechadas no sábado três serviços de urgência destas especialidades e no domingo serão quatro.

Assim, no sábado estão fechadas as urgências de Ginecologia e Obstetrícia dos hospitais São Bernardo, em Setúbal, Hospital Vila Franca de Xira, Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, aos quais se junta no domingo o hospital das Caldas da Rainha.

No Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, este serviço de urgência está referenciado, ou seja, encontra-se apenas reservado às urgências internas e aos casos referenciados pelo Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM e pela linha SNS 24.

Nos hospitais Santa Maria, em Lisboa, e no Hospital Garcia de Orta, em Almada, serão recebidos apenas os casos encaminhados pelo CODU.

Na região Centro, encontra-se fechada a Urgência de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital de Santo André, em Leiria, e no Algarve está encerrada a urgência de Ginecologia de Portimão.

De acordo com as escalas, vão estar também encerradas no fim de semana as urgências pediátricas no Hospital de Chaves, no Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, e no Hospital Nossa Senhora do Rosário – Barreiro.

No Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) e no Serviço de Atendimento Complementar de Pediatria do Hospital de Viseu as urgências de Pediatria vão estar referenciadas.

No passado fim de semana, o Serviço de Urgência de Ginecologia/Obstetrícia da Maternidade Alfredo da Costa (MAC) era a único a receber grávidas na cidade Lisboa, tendo realizado cerca de 60 partos, um número acima da média, e atendeu cerca de 400 grávidas, o dobro do habitual, segundo a instituição.

Contactada hoje pela Lusa, a ULS São José, que integra a MAC, afirmou ter “as equipas dotadas com os recursos considerados necessários e suficientes para dar a melhor resposta, cumprindo a dotação mínima considerada segura para o funcionamento dos serviços”.

Ressalvou, contudo, que “a pressão acrescida que se prevê para os próximos dias tem impacto não só nos recursos humanos, mas também na ocupação do espaço físico, que é limitado, e no aumento do tempo de espera para as situações não urgentes”.

“A MAC trabalhará, como é habitual, contando com o elevado espírito de missão e profissionalismo das suas equipas e de forma articulada e coordenada com outras instituições de saúde e com a Direção Executiva do SNS”, sublinha numa resposta escrita.

A Direção Executiva do SNS apela à população para “ligar sempre para a Linha SOS Grávida [808 24 24 24] antes de se deslocar a um serviço de urgência de Ginecologia”.

Segundo dados dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) avançados hoje à Lusa, a Linha SNS Grávidas, que faz parte do SNS 24, atendeu 16.141 chamadas, entre os dias 01 de junho e 26 de julho, sendo que 8.268 chamadas se referem às triagens realizadas no mês de junho.

Em dois meses, cerca de 2.490 utentes foram referenciadas para os cuidados de saúde primários e 11.209 para os serviços de urgências hospitalares, refere a SPMS, indicando ainda que 246 foram referenciadas para o INEM.

Os dados indicam também que mais de 13,5% das grávidas foram aconselhadas a ficar em autocuidados.

Quanto ao número de atendimentos realizados pelo SNS 24 nos primeiros oito meses do ano, os dados referem que totalizaram 1.875.56, menos 9.493 relativamente ao período homólogo de 2023.

Segundo os números, 610.941 utentes foram reencaminhados para urgências hospitalares e 461.379 para os cuidados de saúde primários.

Jerónimo Belo Jorge c/Lusa

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