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Médio Tejo: Utentes dizem que nova Unidade Local de Saúde trouxe ganhos ao Médio Tejo (c/áudio)

17/07/2024 às 09:32
Imagem de Arquivo

Os utentes da saúde do Médio Tejo (CUMST) elogiaram hoje os resultados obtidos com a nova Unidade Local de Saúde (ULS), que agrega a gestão dos cuidados primários e hospitalares, tendo defendido a divulgação dos dados do primeiro semestre.

“Quer na atividade cirúrgica, quer na atividade do hospital de dia, quer nas consultas, quer na diminuição do número de episódios de urgência, nós verificamos que é realmente positivo o trabalho que está a ser desenvolvido”, disse hoje à Lusa Manuel José Soares, porta-voz da CUSMT, depois de uma reunião da estrutura de utentes com a administração da ULS Médio Tejo, com sede em Torres Novas (Santarém).

No âmbito de reuniões regulares que os utentes mantêm com a administração da ULS, no âmbito de um “ambiente salutar e de trabalho profícuo”, com “apresentação de propostas e acompanhamento de várias situações ligadas aos cuidados de saúde”, a CUSMT saudou o relatório parcial divulgado pela ULS sobre a atividade do primeiro semestre, e que aponta para uma “recuperação da atividade cirúrgica”.

Em comunicado, a ULS Médio Tejo indica ter registado, nos primeiros seis meses, uma “sustentada recuperação assinalável da atividade cirúrgica, com crescimentos percentuais homólogos acima dos dois dígitos”, tendo precisado a realização de 5.736 cirurgias programadas, o que representa mais 767 cirurgias face ao mesmo semestre de 2023 e um aumento de 15%.

Já na cirurgia de ambulatório, segundo o relatório, a ULS atingiu a fasquia dos dois mil procedimentos realizados no semestre, um crescimento de 10%, com a cirurgia convencional programada, que inclui internamento, a ter um aumento de 27%, valor que representa mais 426 cirurgias do que em igual período do ano passado.

O documento indica ainda que “as listas de espera cirúrgicas diminuíram significativamente”, facto não quantificado mas que a ULS Médio Tejo imputa à “otimização dos recursos”, tendo ainda dado conta que, “apesar dos constrangimentos programados aos fins de semana, continuam a nascer mais bebés na Maternidade de Abrantes, tendo-se registado um aumento de 2% nos partos realizados naquela unidade hospitalar.

Em declarações à Lusa, em reação aos resultados parciais agora divulgados, Manuel Soares disse que “a ideia” dos utentes “é que não houve nenhum retrocesso em nenhuma das áreas e houve avanço em algumas”, tendo destacado a internalização das análises.

“Um dos avanços que os serviços concretizaram tem a ver com a internalização dos meios complementares de diagnóstico, isto é, com as análises, havendo recolha todas as semanas nos centros de saúde para posterior tratamento no laboratório da ULS, que é em Tomar. Isto é um importante avanço”, notou, tendo defendido, no entanto, a divulgação total da atividade desenvolvida no primeiro semestre.

“Nós gostaríamos de ter dados do número de consultas, das várias especialidades, e de como estão a decorrer os novos projetos implementados na ULS neste primeiro semestre, para que os resultados deste trabalho possam ser divulgados à população, autarcas, utentes e profissionais de saúde, para que todos possam avaliar esta nova estrutura que é a ULS Médio Tejo”, defendeu Manuel Soares.

Manuel Soares, CUSMT

A ULS Médio Tejo apresentou em janeiro um orçamento de 203 milhões de euros (ME) e os cinco eixos estratégicos para 2024, com 19 “ações de melhoria” e 32 medidas prioritárias para “ganhos de saúde e eficiência”, numa entidade que agrega desde o início do ano os cuidados de saúde primários de 11 municípios e as unidades hospitalares de Abrantes, Tomar e Torres Novas.

Na ocasião, o presidente do Conselho de Administração da ULS, Casimiro Ramos, disse tratar-se de um modelo organizacional que confere “mais acesso e inovação”, e que as medidas foram desenhadas “pelos próprios profissionais, com contributos de autarcas e comissão de utentes”, e cuja implementação “levará a ganhos de saúde e eficiência para a população”.

Nesse sentido, seis meses depois, a CUSMT quer “que se olhe para a ULS no conjunto do trabalho que faz”, tendo defendido que “isso implica saber se as ações de saúde pública estão, ou não, a ser feitas, para se poder ver a curto, médio e longo prazo se isso tem resultados em menos episódios de doenças que aparecem”.

Lusa

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