A Altri vai investir 75 milhões de euros na conversão da sua unidade de pasta branqueada para papel em Vila Velha de Ródão para a produção de fibras solúveis, sobretudo destinadas à indústria têxtil, foi hoje anunciado.
Em comunicado, a Altri destaca que com este investimento na sua unidade Biotek – que deverá estar concluído no final de 2026 e é apoiado pelo Estado português, através da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) - se tornará num "dos produtores de referência de fibras para têxtil da Europa”.
Segundo o presidente executivo (CEO) do grupo, trata-se de um “investimento crítico para Portugal, que passa a contar com duas unidades industriais que produzem fibras solúveis, maioritariamente orientadas para a indústria têxtil, dando um forte contributo para a descarbonização da fileira”.
“A conversão desta unidade apresenta fortes ganhos ambientais, incluindo no processo de fabrico, utilizando as mais modernas tecnologias. Este investimento transformará a Altri num grupo de referência europeu na produção de fibras para a indústria têxtil e num forte contribuinte para a descarbonização”, sustenta José Soares de Pina.
Após a conclusão deste investimento, o grupo Altri contará com uma capacidade de produção instalada superior a 300 mil toneladas/ano, totalmente direcionada aos mercados externos, sendo que a sua unidade Caima, localizada em Constância, está exclusivamente dedicada ao fabrico desta matéria-prima.
As fibras solúveis (DWP) são uma matéria-prima de base para um conjunto alargado de produtos, entre os quais na indústria têxtil, sendo um substituto natural das fibras de origem fóssil.
A sua aplicação estende-se a outros produtos, nomeadamente na área farmacêutica, mas também na indústria alimentar, produtos de higiene ou alguns tipos de embalagens.
Dados avançados pela Altri apontam que o mercado de fibras solúveis valha atualmente cerca de 6.000 milhões de euros, prevendo-se que atinja os 7.600 milhões de euros em 2033.
A procura global de fibras solúveis é liderada pela Ásia, que absorve cerca de 6,5 milhões de toneladas, enquanto a Europa Ocidental consume 0,6 milhões e a América do Norte 0,5 milhões.
“A crescente procura de produtos à base de biomateriais criou oportunidades para a transformação de bio fábricas que transformavam madeira em pasta papeleira para unidades mais eficientes e com menor pegada ambiental, passando a fabricar fibras solúveis”, lê-se no comunicado.
Atualmente, a Europa responde por 14% da capacidade de produção instalada de fibras solúveis, com os maiores produtores a estarem localizados na Alemanha, Suécia e Áustria.
Lusa