Antena Livre
Deseja receber notificações?

COVID-19: CHMT aumenta capacidade para segunda vaga (C/ÁUDIO)

5/11/2020 às 12:32

O Hospital de Abrantes tem mais pressão no tratamento de doentes com Covid-19, mas está dentro das previsões desenhadas pela administração. Em videoconferência de imprensa o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo confirmou que a unidade de Abrantes continua a ser a referência para doentes Covid, mas que não será nnecessário recorrer a tendas militares ou a uma deslocalização de valências, como aconteceu na primeira vaga da pandemia. Isto porque os serviços fizeram as necessárias adaptações para fazer face a esta nova realidade.
Sobre a instalação de tendas nos serviços de urgência das unidades do Médio Tejo, Carlos Andrade Costa disse que não está pensado de forma alguma voltar a montar os hospitais de campanha ou tendas de apoio em frente ao hospital e que as mesmas serviram apenas como resposta à fase inicial da pandemia enquanto ainda se estava a estruturar um plano, e relembrando que desde à vários meses atrás que toda a sinalética interior já estava funcional.
Os ajustes que realmente estão a ser feitos devem-se à pressão que tem vindo a aumentar desde quinta-feira ao final do dia com o aumento do número de casos internados com Covid-19.
Carlos Costa contextualizou que esta terça-feira o CHMT tinha 56 doentes internados quando estavam habituados a ter metade desse número de pessoas internadas. E admitiu que "não é nada que já não tivéssemos à espera, por isso tivemos de ativar outro tipo de respostas desde o passado fim de semana para começar a aumentar aquela que é a capacidade de internamento".
O CHMT tem sido bastante forte na resposta a atividade assistencial a doentes não-Covid, Carlos Costa referiu que o patamar pretendido ainda não foi alcançado, porém "estamos sistematicamente (mês após mês) a aproximar daqueles que eram os meses pré-Covid.
"Obviamente que não significa que tenhamos feito um volume da atividade igual aos outros anos, porque houve meses em que tivemos com uma atividade muito reduzida, depois o mês de maio foi o mês de arranque, o mês de junho e julho de consolidação. Mas neste momento olhando para os dados provisórios do mês de outubro, continuamos a fazer aproximar daquilo que era os níveis de produtividade e capacidade assistencial do CHMT" afirmou o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo que explicou ainda que mesmo durante o período em que a atividade assistencial foi suspensa, o CHMT nunca o suspendeu por completo os serviços "os nossos blocos operatórios nunca pararam, os hospitais de dia nunca pararam, desde julho que adotaram as consultas ao sábado e fizeram planos operatórios ao sábado e, portanto, mantivemos sempre níveis de resposta, obviamente afetamos pelo fator Covid, mas nunca paramos".

O CHMT neste momento conta com duas enfermarias para internar doentes infetados com o SARS-Cov-2, porém em breve preparasse para uma terceira enfermaria, o administrador hospitalar esclareceu que "quando disse que tínhamos 56 internados, não quer dizer que são todos nossos doentes, porque o Hospital [de Abrantes] tem vindo a ajudar também e a receber doentes por parte de outros Hospitais" nomeadamente de hospitais de Lisboa, por isso também a necessidade de um aumento do número de enfermarias.

E se a maioria dos doentes internados com COVID-19 são idosos, alguns acima dos 90 anos, tem aumentado o número de internamentos com “gente” mais jovem. “Temos internados com 40 anos que estavam em casa, tiveram um agravamento do estado de saúde, foram internados e temos casos em que tiveram mesmo de baixar à UCI”, afirmou Carlos Andrade Costa para de seguida apelar às pessoas para terem muito cuidado com este vírus. De acordo com o administrador hospitalar as pessoas têm mesmo de levar isto muito a sério, devem usar máscara e assumir o distanciamento social como uma necessidade premente para levarmos de vencida esta batalha.


Cada enfermaria pode conter até 26 camas, não havendo possibilidade de esforçar o limite máximo de 30 camas, para que exista uma zona bastante espaçosa para os profissionais de saúde terem espaço para se desequiparem visto que é um processo complicado, tendo que remover equipamentos possivelmente contaminados.
Neste momento, no CHMT há suspeitas de 4 casos de profissionais infetados com o coronavírus (3 de profissionais de enfermagem e 1 auxiliar de ação médica), mas não existe nenhum surto, pois os 2 casos confirmados já são antigos.

Ao mesmo tempo que explicou que foi criada uma linha de apoio aos profissionais do CHMT que podem pedir um teste sempre que tenham dúvidas. “Queremos que os nossos profissionais se sintam em segurança”, explicou e acrescentou que se os profissionais de saúde, dos lares têm de ter todos os cuidados com a sua vida, as pessoas com outros trabalhos devem pensar que têm de nos ajudar. Como? Aplicando as medidas de autoproteção por forma evitar contágios.

No que diz respeito a resposta de combate ao vírus, Carlos Andrade Costa garante que o CHMT tem vários mecanismos de controle e que um desses mecanismos é uma linha que foi criada para que qualquer profissional de saúde que sinta a necessidade de ser testado consiga ser rapidamente.


O CHMT em resposta a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, deu uma cota de 600 teste por dia, mas com avanço da pandemia, a média de testes por dia subiu para 1500 na zona de Lisboa e vale do Tejo. No distrito de Santarém são feitos cerca de 170 testes diariamente. Os resultados dos testes são conhecidos no dia seguinte.
Carlos Andrade Costa, diz que a capacidade de resposta do CHMT é única e que essa é a razão pela qual o ministério pede a intervenção de Centro Hospital do Médio Tejo, de forma a conter a propagação do vírus. Esta intervenção rápida só é viável devido aos técnicos de patologia clínica, que são 18, pois com a quantidade de testes diários seria impossível dar resposta a todos.

Desde setembro, que o CHMT tem mais de 100 pessoas contratadas e neste momento está a tentar reforçar o grupo, sendo que na segunda-feira passada, um pequeno grupo de jovens médicos iniciou as suas funções nas mais variadas especialidades.

E Carlos Andrade Costa, não querendo falar em número ou previsões, que podem ser voláteis ou falíveis, deixou a ideia [tal como outras entidades nacionais] que os números poderão subir muito mais do que aqueles que temos tido. E repetiu que cabe a cada um de nós evitar a propagação do vírus.

Jerónimo Belo Jorge c/ Inês Garcia e Pedro Santos

Partilhar nas redes sociais:
Partilhar no X