Até dia 31 de outubro o Centro de Recuperação e Integração de Abrantes (CRIA) tem patente uma exposição ou mostra de trabalhos do artista Massimo Esposito.
“Traços de Generosidade” mostra o trabalho do pintor italiano, representando várias técnicas, e tem uma particularidade solidária: “a venda de qualquer trabalho durante a mostra implica a doação de metade do valor para a instituição.”
Vítor Moura, presidente da direção do CRIA, explicou a iniciativa com o agradecimento ao artista que já não é a primeira vez que colabora com os utentes da instituição. O dirigente destacou que apesar de ter nascido em Itália, Massimo Esposito, é tão abrantino como os abrantinos e não é de estranhar que esteja a fazer o que está pelo CRIA.
O presidente da instituição expressou esperar uma adesão forte da população, dos amigos do CRIA a visitar a exposição e a instituição, materializado, depois, na aquisição de obras de arte, já que qualquer aquisição representa entrada de algumas verbas nos cofres da instituição.
Este é um exemplo de mais um amigo do CRIA e constatar das coisas boas que os amigos podem fazer, e concluiu a dizer que “o Massimo entrou para esse lote de amigos.”
Vítor Moura, presidente da direção do CRIA
Raquel Olhicas, vereadora com o pelouro da Ação Social no Município de Abrantes, elogiou a iniciativa e disse esperar que seja positiva nas duas vertentes, quer nas visitas à exposição, que na venda de obras de arte.
Massimo Esposito também destacou a colaboração com a instituição, que precisa do apoio de todos. Depois indicou que, noutras alturas, já colaborou com o CRIA e apercebeu-se das dificuldades em ter os materiais para colocar os utentes a fazer arte. E, para muitas destas pessoas, mais ovas ou mais velhas, a arte é, ou pode ser, uma forma de terapia.
“É horrível ver pessoas que nasceram assim, ou ficaram por causa de um acidente, mas é tão bonito pessoas tão envolvidas em ajudá-las. Eu não sou terapeuta ou psicólogo, sou pintor. E o que eu posso fazer faço”, explicou o pintor.
Todos os trabalhos, os riscos ou as pinceladas que saem dos utentes do cria para a tela ou papel sai-lhes do coração porque, explica o artista, “eles são tão simples que tudo é mais emotivo. Sai do coração, passa pela não e vai.”
E a forma de Massimo Esposito poder ajudar é facultar obras suas à comunidade. Por um lado promove a arte e as suas obras e, por outro, permite à instituição encaixar algumas verbas. Existem trabalhos que vão dos 50 euros até valores muito mais elevados. O pintor italiano indicou ainda que, se for necessário, poderá facilitar o pagamento das aquisições das duas obras em parcelas.
Massimo Esposito, pintor
Massimo Esposito nasceu em Itália, mais propriamente em Ferrara, em 1957. Filho de um professor de pintura e pintor profissional, seguiu o percurso da sua geração e licenciou-se no Liceu Artístico de Ravenna, em 1975. Obteve o diploma de magistério em arte publicitária no Instituto de Arte de Urbino, em 1977. Fez ainda cursos na Academia de Belas Artes, de Ravenna, de fotografia e cerâmica.
Vive em Portugal desde 1986 e, em 1996, iniciou um projeto de ensino alternativo de desenho e pintura em várias autarquias da região do Médio Tejo. Ao longo da sua carreira, tem promovido exposições individuais e coletivas, eventos culturais, atividades ao ar livre, bem como experiências artísticas únicas, como pintura com vinho, azeite, body painting, entre outras. Tem atelier em Abrantes.
Esta mostra, no CRIA, tem entrada livre e poderá ser visitada até 31 de outubro, de segunda a sexta-feira, das 10h00 às 12h00 e das 14h00 às 16h30.
Galeria de Imagens