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Liga dos Amigos do Hospital de Abrantes assinalou 20 anos com homenagens (C/ÁUDIO e FOTOS)

9/11/2022 às 12:55

Os 20 anos da Liga dos Amigos do Hospital de Abrantes foram assinalados em dezembro de 2021, mas não houve comemorações por causa das contingências da pandemia que o país vivia. Assim, para não deixar passar a data redonda ao lado a associação de voluntariado assinalou os 20 anos na tarde desta terça-feira, dia 8 de novembro, com uma sessão em que homenageou quatro dos seus fundadores: Luís Fernandes, Isabel Albery, Mira Godinho e José Bragança. Entre as placas entregues aos homenageados, ou famílias, foram descerradas outras à entrada da sala onde funciona a Liga, no piso 3 do hospital.

Com uma atividade de humanização e apoio aos doentes e até aos acompanhantes, a Liga dos Amigos do Hospital sofreu com as contingências da pandemia, tendo reduzido os serviços e o voluntariado, mas está com vigor para regressar a uma atividade reforçada. De 11 funcionários que tinha antes da pandemia, com esforço, manteve nove e mantém o funcionamento do bar e do bazar, como mediador do Departamento de Jogos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. São as fontes de receita da Liga que volta a ter, em 2022, a organização dos serviços de voluntariado. Pouco a pouco as “batas amarelas” voltam a ser vistas pelo hospital e as ações de também formação voltaram. É que para ser voluntário na Liga é preciso uma ação de formação.

Júlio Miguel, dirigente da Liga, aponta ao futuro sem medo do voluntariado. Voltaram a “chamar” os alunos da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes para poderem juntar às atividades curriculares académicas este “trabalho” em prol da comunidade. Mas Júlio Miguel aponta um receio muito grande para os tempos vindouros. Os dirigentes da Liga têm, na maior parte, mais de 80 e 90 anos. E não se vislumbra a curto prazo, acrescenta, futuros dirigentes para começar a entrar na gestão da Liga dos Amigos do Hospital, porque esta instituição é onde se pode de forma exemplar cumprir as boas ações de cidadania.

Júlio Miguel, Liga dos Amigos do Hospital de Abrantes

Esta cerimónia de comemoração do 20.º aniversário começou com uma Missa de Ação de Graças, celebrada na capela do hospital com Padre António Castanheira e Cónego José da Graça.

Depois, já na biblioteca do hospital, Luís Fernandes entregou a Patrícia Pedro, responsável pelo secretariado da Liga dos Amigos, os diplomas de reconhecimento para posteriormente poderem ser entregues a todos os colaboradores.
As voluntárias continuam a colaborar com a Liga e com os doentes. Teresa Pimenta Correia e Graça Bento, coordenadoras das equipas de voluntariado, receberam também os crachás para entregar a quem enverga a “bata amarela”.

Seguiram-se as entidades que apoiam a Liga, nomeadamente o Município de Abrantes e o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo, sem esquecer as empresas e mecenas que têm também apoiado a Liga: Câmara Municipal de Abrantes; Pegop; Centro Hospitalar do Médio Tejo; Tejo Energia; Elecgás; Montepio Geral Associação Mutualista; EDP Produção/ Distribuição; Vítor Guedes; Ernesto Lourenço Estrada, Filhos; RSA; Câmara Municipal de Mação; Domingos Chambel; Horácio Martins (viúva D. Fernanda Martins); Eduardo Catroga; Paulo Almirante; e José Teves Vieira.

Logo de seguida foram homenageados quatro fundadores e impulsionadores da Liga dos Amigos do Hospital de Abrantes. Maria Ramiro Godinho, que faleceu a 12 de maio de 2016, com 96 anos de idade, e mais conhecida como Mira Godinho foi uma das homenageadas. Graça Bento, uma das atuais coordenadoras do voluntariado destacou o trabalho desta “força de vida”. Teresa Leitão, filha, recebeu a réplica da placa de homenagem.

Graça Bento

Seguiu-se a homenagem a José Bragança, enfermeiro militar desde 1952. Veio para Abrantes depois do estágio em Lisboa e para além do trabalho na enfermagem foi sempre muito ligado a diversas instituições como voluntário.

O testemunho sobre este fundador da Liga foi feito pelo vice-presidente da direção, coronel Terras Marques

Coronel Terras Marques

Teresa Pimenta Correia deixou o seu testemunho sobre a Isabel Alberty. Enfermeira-chefe no bloco operatório durante largos anos, foi convidada por Luís Fernandes e Margarida Pita para coordenar o voluntariado, função que exerceu ao longo de mais de uma dezena de anos. A placa foi entregue às filhas da enfermeira e o agradecimento foi feito por Ana Mafalda Alberty.

Teresa Pimenta Correia

O outro homenageado da tarde foi o presidente da Liga e ex-diretor do Hospital de Abrantes. Luís Fernandes, em 1982, veio presidir à instalação do Hospital Distrital de Abrantes, mais tarde denominado como Dr. Manoel Constâncio.

Silvino Alcaravela, que foi administrador do hospital ao longo da direção de Luís Fernandes, contou depois a sua disponibilidade para, após aposentação, poder abraçar um outro projeto “de amor ao hospital” e que foi a Liga dos Amigos do Hospital de Abrantes. Luís Fernandes “teve a visão da necessidade de criar a liga em 2001”, vincou Silvino Alcaravela e onde “conseguiu uma equipa coesa, empenhada e um corpo de voluntários para o trabalho”.

Silvino Alcaravela

Depois veio a sessão formal de comemoração do aniversário da Liga. O Cónego José da Graça, foi chamado a deixar o seu testemunho. Começou a falar sobre o presidente da Liga, Luís Fernandes, que “sempre o vi como homem atento e preocupado, mas sempre pronto a ouvir o outro”. E acrescentou José da Graça que “esta escuta fazia com que o coração estabelecesse uma relação com o outro”.

O Cónego, que foi capelão do Hospital durante muitos anos, revelou que o ainda presidente da Liga é “um homem de pontes e não é fácil fazê-las hoje”, e deu um exemplo muito atual: “fala se muito na guerra na Ucrânia, mas só o diálogo poderá vir por paz. Se ninguém se sacrificar no diálogo a paz nunca será possível. O caminho já está vincado na vingança e no ódio.”

José da Graça confidenciou aos presentes que “enquanto Capelo quis criar a Liga, mas tive medo. E não sou um homem de medos. Felicito o Dr. (Luís Fernandes) pela coragem de a iniciar.”

O ex-capelão do Hospital deixou a nota final de que a Liga tem como “missão ajudar os outros”.

Aos voluntários deixou o pedido: “gostava que aceitassem o desafio da dona Mira. O Cristão tem de ser uma pessoa de excessos. Que nunca se cansa de ser Cristão e de fazer o seu trabalho. Pior que odiar Jesus Cristo é ser-lhe indiferente.”

Cónego José da Graça

A Federação Nacional de Voluntariado na Saúde fez-se representar pelo seu presidente, Carlos Ribeiro, que vincou o trabalho que é feito pelos voluntários com história, caminho e passado. E fez uma conta simples, para evocar o trabalho do voluntariado. 20 anos corresponde a 175 200 horas, pelo que o voluntariado a usar 10% deste tempo representa 17 520 horas, ou seja, dois anos de voluntariado a trabalhar 24 horas por dia. “

20 anos a praticar o bem traz uma responsabilidade acrescida. A sociedade conta convosco para melhorar a comunidade. É fazer a cidadania na sua forma mais genuína”, referiu o dirigente.


Carlos Ribeiro

O Padre António Castanheira referiu que quando chegou a Abrantes, mesmo com os tempos de pandemia, percebeu que, em relação a Luís Fernandes, na “sua delicadeza e simplicidade está a sua grandeza de alma a quem se dedica às grandes causas da humanidade.”

António Castanheira evocou o voluntariado nestes serviços de apoio a quem vem ao hospital e acrescentou que foi percebendo trabalho que é feito. “São os limites financeiros, são os limites da saúde, são os limites da alma e da Fé.”

Padre António Castanheira

 

O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), Casimiro Ramos, deixou uma nota sobre estes “20 anos dia-a-dia a ajudar a cuidar dos outros.”

E fez o agradecimento, em nome pessoal, do concelho de Abrantes e da população do concelho de Abrantes. “Este pequeno gesto e auxílio é muito importante porque as vezes não se consegue fazer essa ligação.”

Casimiro Ramos

Manuel Jorge Valamatos começou por salientar o momento em que foi chamado para uma reunião onde foi comunicado que “o Hospital de Abrantes ia ser a referência Covid quando ninguém sabia bem o que era isso.” E nesta ligação forte com a saúde passou para o trabalho que a Liga tem feito ao longo destes 20 anos: “ajudar as pessoas. É ter funcionários e voluntários que fazem o seu trabalho. Dr. Luís é a pessoa perfeita para conhecer e interpretar Abrantes.”

Manuel Jorge Valamatos deixou depois um agradecimento “de amizade e gratidão para as pessoas que estão consigo na direção” da Liga.

Manuel Jorge Valamatos

Luís Fernandes, o presidente da direção da Liga dos Amigos do Hospital de Abrantes, mesmo com maior debilidade de saúde fez questão de estar presente na sessão e de deixar, no final, uma mensagem a agradecimento a Silvino Alcaravela, que foi administrador do Hospital. “Sem ele eu não estava cá a fazer nada.”

Depois fez ainda a referência ao Cónego José da Graça. “Falei sempre muito com ele que me fez perceber muita coisa e ajudar.”

E depois a nota de que o bar é a grande “fonte do nosso sustento”. Fez ainda um agradecimento à Câmara Municipal pelas duas obras que a Liga conseguiu fazer. Uma delas o novo serviço de "Esterilização do hospital foi comparticipado pela Câmara Municipal e que é igual ao que foi montado no Hospital da Luz”.

Fez questão de deixar uma palavra de apreço aos funcionários e aos os voluntários e outra de agradecimento aos companheiros de direção e ao secretariado.

Luís Fernandes

Depois descerraram-se as quatro placas com os nomes dos fundadores, Luís Fernandes, José Bragança, Isabel Alberty e Mira Godinho. E para fechar a tarde cantou-se os “muitos anos de vida” à Liga e degustou-se o bolo de aniversário. E as “batas amarelas” vão voltar a ser vistas pelos corredores do hospital de Abrantes.

Principais ações realizadas por iniciativa ou com o apoio da Liga dos Amigos do Hospital de Abrantes ao longo de 20 anos:


• Remodelação total do equipamento da unidade de esterilização;
• Reabilitação da cobertura e pintura geral do Hospital;
• Remodelação do refeitório principal;
• Manequim pediátrico com caixa de sinais vitais;
• Um ecocardiógrafo e duas camas elétricas para a UCI;
• Um manequim para Suporte Básico de Vida;
• Um colonoscópio com vídeo processador e trolley de vídeo endoscopia;
• Dois monitores cardíacos e uma mesa de observação e tratamento com sistema hidráulico rotativo para gastroenterologia;
• Dois aparelhos para terapia anodyne para cirurgia;
• Uma cama bobath para mobilizações, equipamento de ultrassons, sonda laser e aerossol ultrassónico para Medicina Física e Reabilitação;
• Um aparelho de via aérea difícil para entubação com monitor para endoscópio e módulo eletrónico para o bloco operatório;
• Quatro módulos ECG com suporte para UCIC;
• Seis bombas infusoras com suporte para UCIP;
• Um ecógrafo portátil para a UCIP;
• Um dispositivo para monitorização cerebral para a UCIP;
• Duas cadeiras “Actualway”, colheita para Patologia Clínica;
• Seis cadeiras de rodas para a consulta externa;
• Pavimentação para a entrada da urgência;
• Um cadeirão apropriado para a colheita dos dados de sangue para Imunohemoterapia,
• Participação na aquisição do Kardec, sistema de distribuição de medicamento-unidose, para o CHMT;
• Três camas elétricas para o recobro;
• Quatro televisores, dois aparelhos DVD, dois micro-ondas, dois frigoríficos;
• Sete sofás e dois cadeirões para diversos serviços;
• Carrinha transporte pessoal CHMT;
• Substituição total do extenso pavimento da unidade de cuidados intensivos polivalente (UCIP).

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