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Igreja: «Onda de assaltos» em igrejas da Diocese de Portalegre-Castelo Branco (c/áudio)

17/09/2025 às 16:45
Fotos: DR

Igrejas pertencentes à Diocese de Portalegre-Castelo Branco têm sido alvo, nos últimos meses, de uma “onda de assaltos”. A informação foi avançada esta semana pela Comissão dos Bens Culturais da Diocese Portalegre-Castelo Branco.

O último caso foi registado na semana passada em Constância com o assalto à Igreja de Santo António, localizado em Constância-Sul. Neste templo foram levadas as imagens e vários painéis de azulejos do Século XVI ou XVII. Mas para retirar os painéis com o Santo António os autores do furto destruíram uma parte da azulejaria da igreja.

Interior da igreja de Santo António, em Constância 

Parede da igreja já depois do furto

O responsável pela Comissão dos Bens Culturais da Diocese de Portalegre-Castelo Branco, Padre Francisco Valente, indicou que os assaltos têm vindo a ocorrer sensivelmente nos últimos seis meses. E acrescentou que “nos últimos tempos tem sido, realmente, uma onda de assaltos e [os autores dos crimes] têm furtado algum património relevante para a diocese e para as comunidades”, lamentou. E referiu ainda a importância destes templos para estas comunidades do interior do país.

E as igrejas alvo destes crimes estão “situadas fora dos espaços urbanos” e localizadas nas zonas de Nisa, Belver, Fratel, Envendos e Constância, ou seja, distribuídas por áreas de transição entre os distritos de Portalegre, Santarém e Castelo Branco. Francisco Valente revelou ainda uma tentativa de assalto a uma capela do Século XVII de Mouriscas, a Capela de Nossa Senhora dos Matos. Assim que houve nota dessa tentativa a imagem saiu imediatamente da capela que fica isolada da população numa zona florestal.

Além de azulejos dos séculos XVI e XVII, têm sido furtadas imagens religiosas “e o melhor que estas comunidades tinham no interior” das igrejas, revelou o padre Francisco Valente.

Questionado sobre o valor dos prejuízos causados pelos alegados autores dos crimes, o responsável pela Comissão dos Bens Culturais da Diocese de Portalegre-Castelo Branco explicou que não existe qualquer avaliação feita, nem está calculado um valor.

 

Padre Francisco Valente

Francisco Valente assegurou ainda que os assaltos têm sido reportados às autoridades policiais locais, estando a investigação dos casos entregue à Polícia Judiciária (PJ).

E acrescentou que na Diocese todas as imagens e peças de arte sacra estão catalogadas e fotografadas, pelo que havendo esse registo muitas destas peças não serão vendidas em Portugal. E há mesmo casos em que a PJ consegue recuperar algumas peças. Um desses casos foi registado com um Cristo em marfim detetado numa leiloeira da capital portuguesa e que pertencia à Igreja de S. Vicente, da cidade ribatejana.

Padre Francisco Valente

 

A GNR tomou conta da ocorrência do assalto à igreja de Constância-Sul, o mais recente na região.

Galeria de Imagens

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