O Turismo de Portugal vai financiar, com mais de 16 milhões de euros (ME), 37 projetos turísticos no interior do país, sendo 10 deles na região Norte, 18 na região Centro, sete no Alentejo e dois no Algarve.
“Cada um destes 37 projetos é uma peça fundamental para a construção de um setor mais resiliente, mais sustentável e mais competitivo a nível global. Com este impulso, estamos a capacitar os territórios, neste caso os do Interior, para os desafios do futuro e a garantir que Portugal continua a ser um destino de excelência”, destacou o presidente do Turismo de Portugal, Carlos Abade.
O Turismo de Portugal assinou hoje, em Coimbra, contratos de financiamento de 37 projetos turísticos no Interior, cujo apoio concedido, sob a forma de incentivo não reembolsável, ascende a 16,6 milhões de euros, correspondendo a um investimento global de 25,8 milhões de euros.
Os investimentos são realizados no âmbito da Linha +Interior Turismo, que visa reforçar a competitividade e a sustentabilidade do setor em todo o território nacional.
Na sua intervenção na cerimónia, Carlos Abade indicou que estes projetos envolvem mais de 50 concelhos, representando mais de um terço dos territórios de baixa densidade.
“Pensar o turismo é pensar o país, é criar condições para que a vida das pessoas seja cada vez melhor”, alegou.
Na região Centro foram apoiados 18 projetos, totalizando um incentivo de 7,9 milhões de euros. E é nesta região que se enquadra a candidatura de Abrantes.
Abrantes - Três Mil Anos com os Azeites
Abrantes assinou o contrato de financiamento para uma candidatura do Município em parceria com a Tagus à Linha + Interior Turismo. A candidatura assenta no olivoturismo e no azeite “Abrantes - Três Mil Anos com os Azeites”.
A candidatura assenta na estruturação e organização de experiências turísticas sustentáveis e inovadoras agregando produtos turísticos como gastronomia, cultura, indústria e a natureza através da Rota do Olivoturismo.
O projeto propõe “o desenvolvimento de produtos turísticos baseados em experiências, de modo a valorizar os territórios de baixa densidade e a alinhar com a estratégia da região do Médio Tejo, nomeadamente nos eixos do turismo cultural, enogastronónimo, natural e de bem-estar.”
A proposta, agora aprovada, pressupõe a oferta na valorização da olivicultura, com destaque para a Oliveira do Mouchão, os produtores de azeite e os lagares. Incluirá visitas e experiências associadas à produção e tradição da região.
Mas concretamente o que é este “Abrantes - Três Mil Anos com os Azeites”?
Há duas vertentes. Uma delas vai ser gerida e promovida pela Associação de Desenvolvimento Local - Tagus - com três linhas de ação: Capacitação; organização da Rota do Olivoturismo, Sinalética e promoção da Rota do Olivoturismo.
Há nestas áreas um financiamento da ordem dos quase 60 mil euros.
A outra, a ser desenvolvida pelo Município a partir de hoje, 22 de setembro, e com duração até do final de 2026 aposta, sobretudo, na marca Abrantes ou Abrantes - Três Mil Anos com os Azeites. Pressupõe uma remodelação do Wellcome Center (Posto de Turismo) com instalação de um centro interpretativo do azeite. Depois pressupõe a criação e operações de marketing da nova marca a ser criada e ainda a produção de conteúdos expositivos. E, por último, criar um modelo sustentável que permita a continuidade do projeto.
E este “pacote” a ser desenvolvido pelo Município poderá ter um pacote financeiro de quase 200 mil euros.
Ao que conseguimos saber todo o projeto tem um envolvimento de 400 mil euros, com um financiamento elegível de 338 mil euros e com chegue do Turismo de Portugal de 236 mil euros.
Luís Filipe Dias, vereador com o pelouro do Turismo, esteve em Coimbra para assinar este contrato de financiamento e já disse à Antena Livre que esta é uma aposta de peso e que o Encontro Ibérico do Azeite ficou de fora de elegibilidade para este financiamento. Há, agora, uma aposta clara no olivoturismo, e em que já algumas das empresas de Abrantes estão a trabalhar. Há condições para dinamizar esta área, acrescentado a aposta na marca Abrantes. E esse será o outro grande patamar deste projeto que vai ter início agora e com conclusão prevista para o final de 2026.
Luís Filipe Dias aponta mesmo à ligação desta Rota do Olivoturismo com outras já existentes em Espanha.
Turismo de Portugal financia 37 projetos turísticos no Interior com mais de 16 ME
Na região Centro foram apoiados 18 projetos, totalizando um incentivo de 7,9 milhões de euros.
Os investimentos abrangem diversas áreas, incluindo o turismo cultural, com a criação de espaços museológicos, e o turismo gastronómico, focado em produtos endógenos como o vinho, a cereja e o pão.
Destacam-se também projetos de turismo de natureza, como a requalificação de parques biológicos e praias fluviais, a par de iniciativas de turismo científico e de promoção da sustentabilidade e mobilidade em redes de aldeias.
Na região Norte, foram apoiados 10 projetos, com um total de 3,6 milhões de euros de incentivo atribuído.
As áreas de intervenção focam-se na valorização do património cultural e religioso, como é o caso dos Caminhos de Santiago, e no desenvolvimento de turismo de natureza, astroturismo, turismo rural, enoturismo, termalismo e autocaravanismo.
Já na região do Alentejo foram concedidos incentivos a sete projetos, que somam um total de 4,7 milhões de euros, especialmente para impulsionar o turismo de natureza e aventura, através da criação de centros de interpretação ambiental e da valorização de zonas serranas.
Os projetos visam igualmente a promoção do património cultural, incluindo o edificado, e o desenvolvimento do turismo gastronómico e criativo.
Na região do Algarve foram apoiados dois projetos com um incentivo total de 0,4 milhões de euros. Estes projetos concentram-se ambos no turismo de natureza, com o objetivo de qualificar e valorizar as rotas e percursos pedestres da região, como a Via Algarviana e os Caminhos de Santiago.
A cerimónia contou com a presença do ministro da Economia e Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, que frisou que o próximo programa “Crescer com o Turismo” tem uma dotação de 30 milhões de euros, “para basicamente as mesmas realidades”.
“Senhores presidentes de Câmara, autarcas e dirigentes associativos, não desistam e não pensem que chegaram ao fim do potencial das vossas terras, pois há sempre mais a explorar, a fazer, a inovar e desenvolver, criando mais valor acrescentado. Este programa está ainda aberto, apresentem as vossas candidaturas, que teremos todo gosto em financiar até ao limite de 400 mil euros por projeto, se forem entidades públicas, e pode ir até 200 mil euros se forem privados”, afirmou.
Já a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Isabel Damasceno, realçou a importância dos 37 projetos turísticos no Interior e pediu uma atenção especial para o Centro, que “é sempre muito afetado pelos incêndios e desastres naturais”.
“Estes projetos são um alento para esta região”, concluiu.
C/ Lusa