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Proteção Civil: DECIR de Abrantes pronto para período mais crítico do verão (c/áudio e fotos)

23/05/2024 às 17:33
Créditos Fotos: CMA

Abrantes tem o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) robustecido e preparado para a época mais crítica do ano. O DECIR foi apresentado esta quarta-feira e conta com reforço os Kit’s de 1.ª intervenção das freguesias, que têm provado ser uma mais-valia no ataque inicial.

A mensagem que presidente da Câmara de Abrantes e comandante subregional da Proteção Civil passaram aos operacionais presentes foi idêntica. Cada vez é mais notório o sucesso das intervenções baseadas num ataque inicial musculado, tanto mais, que nenhum incêndio começa grande ou com grande intensidade. E o concelho de Abrantes tem um território enorme que precisa de uma cobertura com mais meios, o que acontece este ano. É que todos estes meios, nos dias em que a Proteção Civil coloca o território em alerta Laranja ou Vermelho, ficam diretamente dependentes do comandante dos Bombeiros de Abrantes que os coloca em locais estratégicos para poderem acorrer rapidamente a qualquer incidência que surja.

Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes, cumprimento os operacionais presentes nesta apresentação em que estiveram representadas todas as entidades que integram o DECIR. E, para além do agradecimento pela dedicação e trabalho de cada um vincou a importância de todos para o sucesso da missão.

Manuel Jorge Valamatos, à Antena Livre destacou o trabalho de todos, uns de forma mais profissionais no domínio da proteção e segurança, e outros, juntas de freguesia e caçadores, que conhecem muito bem o território e que “nos podem ajudar na vigilância e ataque inicial.” O autarca sublinhou a importância de ter muitos meios no terreno para conseguir ter capacidade de vigilância ou ataque. Mas deixou o apelo que todos podem ajudar no período mais critico do ano porque “todos somos Proteção Civil”.

O Instituto para a Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) está a fazer limpeza das faixas de gestão de combustível nas freguesias prioritárias (este ano são Aldeia do Mato e Souto, Martinchel, Rio de Moinhos, Carvalhal, Fontes e Mouriscas) e o Município também tem alguma intervenção, fazendo um ano a norte do Tejo e outro a sul.

O autarca destacou o trabalho da GNR junto dos proprietários, na limpeza dos terrenos, mas isso não impede a existência de incêndios. Mas os comportamentos também têm de ser reforçados nos cuidados e na responsabilidade pessoal dos cidadãos: “não podemos ter pessoas a fazer sardinhadas na floresta em dias com 40 graus.”

Já sobre os programas “Aldeia Segura” ou “Condomínios de Aldeia” o presidente da Câmara destacou a sua importância, em aplicações diferentes, pois a intervenção das “Aldeias Seguras” apontam à segurança das populações e os “Condomínios de Aldeia” apontam a um reordenamento dos terrenos à volta das aldeias.

 

Manuel Jorge Valamatos, presidente CM Abrantes

De referir que Abrantes tem praticamente todo o norte como freguesias prioritárias (Aldeia do Mato e Souto, Carvalhal, Fontes, Mouriscas, Martinchel e Rio de Moinhos) onde estão implementados 9 projetos “Aldeia Segura” e 13 “Condomínios de Aldeia”. No programa “Aldeias Seguras” estão em andamento mais três projetos e outros dois em fase estudo. De notar ainda que a aldeia de Sentieiras, pertencendo à União de Freguesias de Abrantes e Alferrarede que não é prioritária, tem implementado um projeto “Aldeia Segura” para aumentar os níveis de segurança das populações.

Já no Médio Tejo o dispositivo é semelhante ao ano passado, mas David Lobato, comandante da Proteção Civil do Médio Tejo, vinca o crescimento dos kit’s de 1.ª intervenção no concelho de Tomar e algumas soluções parecidas em Ourém. David Lobato, que elogia o dispositivo de Abrantes, ao nível das juntas de freguesia e associações de caçadores, revelou que o que é bom pode e deve ser replicado. É o que está a acontecer em Tomar.

Perante um ano, previsivelmente duro no verão, o comandante destaca a necessidade de aumentar os níveis de prevenção, vigilância e um ataque inicial musculado.

David Lobato, comandante Proteção Civil do Médio Tejo

Há que ter cuidado com as queimas, principalmente em dias de vento, que são a origem de 90% dos incêndios deste ano no território do Médio Tejo.

O DECIR 2024 de Abrantes inclui viaturas e operacionais das seguintes entidades: serviço municipal de Proteção Civil; Divisão de Logística da Câmara Municipal de Abrantes; Bombeiros de Abrantes; Cruz Vermelha Portuguesa; UEPS (GNR); GNR; PSP; RAME (Regimento de Apoio Militar de Emergência); sapadores florestais da Associação de Agricultores de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação; Sapadores Florestais da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo; Altri; Gestiverde; União de Freguesias (Abrantes e Alferrarede, Alvega e Concavada, Aldeia do Mato e Souto, São Facundo e Vale das Mós); juntas de Freguesia (Bemposta, Carvalhal, Fontes, Mouriscas, Pego, Rio de Moinhos, Tramagal); e Associações de Caçadores (Arreciadas, Martinchel, Mouriscas, São Facundo e Vale das Mós, Alvega e Concavada, Barrada e Esteveira).

DECIR nacional via ter 14 mil operacionais e 70 meios aéreos

Os meios de combate a incêndios florestais foram reforçados no início de maio. Estão, nesta altura, no terreno 11.293 operacionais e 34 meios aéreos, segundo o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais. Este dispositivo vai estar no terreno até 31 de maio, e trata-se do primeiro reforço de meios do ano, no que é denominado 'nível Bravo’.

Os meios de combate a incêndios voltarão a ser reforçados a 01 de junho, mas é entre julho e setembro, considerada a fase mais crítica, o período que mobiliza o maior dispositivo, estando este ano ao dispor 14.155 operacionais de 3.162 equipas e 3.173 viaturas, um ligeiro aumento em relação a 2023.

No entanto, a época considerada mais crítica em incêndios rurais vai contar este ano com 70 meios aéreos, menos dois do que em 2023, sendo os meios que não vão estar disponíveis no DECIR dois aviões ‘canadair’ devido às dificuldades no mercado.
A Força Aérea garante que os 70 meios aéreos para este ano estão todos contratualizados.

O presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Duarte da Costa, considerou que o DECIR para 2024 é “estável e robusto”.

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