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Incêndios: Autarcas exigem mais recursos do Estado para acabar com “círculo vicioso”

27/07/2020 às 00:00
Créditos: Centro-tv

Os autarcas de Oleiros e Proença-a-Nova, afetados pelo incêndio que deflagrou no sábado, defenderam hoje mais recursos do Estado e "mais coragem" para garantir que os concelhos não são fustigados por fogos "ano sim, ano não".

"Falta capacidade legislativa para mudar este círculo vicioso de sermos fustigados com fogos ano sim, ano não ou ano sim, ano sim. É preciso uma maior presença das entidades públicas", afirmou à agência Lusa o presidente da Câmara de Proença-a-Nova, João Lobo.

O autarca recordou o pacote legislativo que tem vindo a sair desde os grandes incêndios de 2017, mas considera que é preciso mais no campo do ordenamento do território e na gestão do uso do solo, especialmente em concelhos caracterizados pelo minifúndio, como o é toda a região do Pinhal Interior, na qual Proença-a-Nova está inserida.

Para João Lobo, tem que haver capacidade de se alterar a forma como se gere uma floresta predominantemente privada.

O processo "será sempre longo, mas precisa de um início forte e continuado ao longo do tempo".

A Câmara de Proença-a-Nova tem trabalhado para reconverter área florestal em área agrícola no perímetro de segurança das aldeias, mas Lobo considera que a criação de uma floresta com descontinuidades só é possível "com a presença do Estado, seja com recursos financeiros, seja com recursos humanos".

"No dia em que [Assembleia da República e Governo] obriguem a fazer o emparcelamento das terras e o ordenamento, pode haver um incêndio, mas nunca desta dimensão nem com esta frequência. Isso é fundamental", defendeu, por seu lado, o presidente da Câmara de Oleiros, Fernando Jorge.

Para Fernando Jorge, caso não haja emparcelamento, vai-se assistir novamente a "um crescimento desordenado de pinheiros e de outras espécies e mato e daqui a sete ou oito anos há um novo incêndio".

"Não há vontade política para se sair desse círculo vicioso", constatou, considerando que o Governo deveria ter "coragem" para avançar com o "emparcelamento obrigatório", com o Estado a expropriar os terrenos de quem se recusasse a emparcelá-los.

"São milhões e milhões de euros que se gastam com aviões e com a limpeza da floresta, e isto resolvia o problema de fundo", notou, defendendo uma intervenção mais decidida do Governo nesta matéria.

Lusa

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