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DECIR 2021: Incêndios: Formação para as equipas de intervenção rápida no concelho de Abrantes (C/ÁUDIO)

20/05/2021 às 16:25

O DECIR 2021 para o concelho de Abrantes foi apresentado no início desta semana. Este Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) assenta naquilo que são as diretrizes emanadas da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), mas em cada concelho o dispositivo integra os meios locais que são alocados a esta época.

Em Abrantes o DECIR conta com a base dos Bombeiros Voluntários; Cruz Vermelha Portuguesa; Sapadores Florestais da AAASCM; Sapadores Florestais da CIMT; UEPS da GNR; Polícia de Segurança Pública; Guarda Nacional Republicana; e (RAME) Regimento de Apoio Militar de Emergência, não esquecendo as equipas de intervenção das juntas de freguesia.

Este ano os Kits das juntas de freguesia, num total de 10 [Abrantes e Alferrarede tem duas equipas], abrangem nove freguesias. A União de Alvega e Concavada e Carvalhal juntam-se a Abrantes e Alferrarede, Bemposta, S. Facundo e Vale das Mós, Mouriscas, Rio de Moinhos, Aldeia do Mato e Souto e Tramagal

São carrinhas equipadas com depósitos de 500 ou 600 litros de água, mangueiras e bomba e com uma tripulação de três operacionais, funcionários das juntas de freguesia, que estão preparadas para a primeira intervenção.

“Não somos bombeiros. Nunca nos podemos esquecer disso”, frisou o presidente da Junta de Freguesia de Abrantes e Alferrarede, no decorrer de uma ação de formação destinada às tripulações destas equipas de primeira intervenção.

Esta ação, que decorreu na Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes (EPDRA) promovida pela Proteção Civil Municipal de Abrantes incidiu na preparação destas equipas para as ocorrências que possam surgir.

Os formadores, dos Bombeiros de Abrantes, incidiram muito sobre a segurança. Apesar de serem as equipas a chegar em primeiro lugar, de forma geral, a ignições devem ter sempre e linha de conta parâmetros de segurança para evitar complicações.

Por outro lado, houve também uma parte relacionada com as comunicações, uma vez que todos os presidentes de Junta de Freguesia têm rádios SIRESP e normas de comunicação e de organização de comando que todos devem conhecer.

É sabida, e elogiada, a intervenção rápida destas equipas. Em 2020 foram 66 intervenções que evitaram a propagação dos incêndios. Esse trabalho fulcral foi elogiado pelo Comandante de Operações de Socorro de Santarém (CODIS), David Lobato, principalmente num concelho com uma área territorial como é o de Abrantes.

E o funcionamento destas equipas é simples. Em dias de alerta laranja ou vermelho são pré-posicionados pelo comandante dos Bombeiros de Abrantes num determinado ponto da sua freguesia. Em caso de incêndio no concelho podem ter acionados por grupos (norte e sul) para esses teatros de operações, devendo obedecer, sempre, às ordens COS (Comandante de Operações de Socorro).

O grande objetivo destas equipas de primeira intervenção é sempre, pela proximidade territorial e rapidez de deslocação, tentar evitar que um incêndio ganhe proporções. “Um incêndio começa sempre pequeno. E um fogo pequeno apaga-se com um balde de água”, disse o CODIS de Santarém no início desta semana. E é aqui que entram as equipas. Se chegarem rapidamente às ocorrências conseguem resolver os fogos, muitas vezes, antes da chegada dos meios de combate.

Paulo Ferreira, coordenador municipal de Proteção Civil, disse à Antena Livre como atuam estas equipas.

Paulo Ferreira, Proteção Civil de Abrantes

O coordenador da Proteção Civil de Abrantes explicou que esta sessão foi teórica e que brevemente haverá uma outra ação de formação prática para estas dez equipas.

Paulo Ferreira, Proteção Civil de Abrantes

Bruno Tomás, presidente da União das Freguesias de Abrantes e Alferrarede, salientou o trabalho que é feito por estas equipas. A sua freguesia apesar de ter a grande área urbana da cidade tem dois terços em área rural e florestal. E são essas as áreas as mais preocupantes a cada verão que passa.

Bruno Tomás, presidente JF de Abrantes e Alferrarede

A União de Freguesias de Alvega e Concavada é uma das que entra pela primeira vez no DECIR. Luís Barão é um dos operacionais desta freguesia que vai estar na equipa de primeira intervenção. À Antena Livre explicou que a junta já tem um kit há seis ou sete anos, mas que só este ano avançou para a integração deste dispositivo.

Luís Barão, equipa de Alvega e Concavada

Também a freguesia do Carvalhal entrou pela primeira vez no DECIR. Luís Vermelho, o presidente da Junta de Freguesia disse que é um trabalho de maior proximidade que vão ter num território que faz parte das zonas de maior risco, por ser área florestal intensa. Luís Vermelho salientou que Carvalhal faz parte das freguesias de risco elevado, como Aldeia do Mato e Souto, Fontes e Martinchel, pelo que esta equipa reforça a prontidão de acorrer a qualquer ignição que ali aconteça.

Estes kits são protocolados com o Município de Abrantes, através de contratos administrativos, mas as juntas de freguesia têm de garantir as viaturas.

Luís Vermelho, presidente JF Carvalhal

No que diz respeito ao dispositivo do concelho de Abrantes há a destacar as duas novas equipas de Carvalhal e Alvega e Concavada e um reforço no investimento dos kits de primeira intervenção contra incêndios, em 160 mil euros. Ou seja, mais 35 mil do que em 2020.

Durante o período do DECIR, no ano de 2020, os kits das Juntas de Freguesia efetuaram um total de intervenções diretas em 66 ocorrências

DECIR nacional com reforço de meios

Segundo o MAI, o dispositivo terrestre contará com 12.058 elementos, 2.795 equipas e 2.656 viaturas durante o período de maior empenhamento, entre 01 de julho e 30 de setembro, denominado Nível IV.

O MAI precisa também que nos meses mais críticos em incêndios rurais vão estar envolvidos na componente de combate e ataque inicial efetivos dos corpos de bombeiros (5.777), da Força Especial de Proteção Civil da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil – ANEPC (240), da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro da GNR (1.144) e das Brigadas de Sapadores Florestais do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas – ICNF (232), num total de 7.393 elementos.

Na componente de vigilância e ataque inicial, o DECIR integra um total de 4.665 elementos divididos pelo Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR (1.952), Polícia de Segurança Pública (338), Sapadores Florestais (1.807), Corpo Nacional de Agentes Florestais (203), Vigilantes da Natureza (89), Equipas de Gestão de Fogos Rurais (36) do ICNF e Afocelca (240).

O MAI refere igualmente que 190 elementos das Forças Armadas vão prestar também apoio nessas duas componentes, enquanto agentes de proteção civil.
Em relação ao dispositivo aéreo, o DECIR 2021 contará com 14 meios aéreos em permanência, que aumentam para 37 aparelhos entre 15 a 31 de maio, e para 60 entre 01 de junho e 15 de outubro. Quarenta e um meios aéreos estarão disponíveis entre 16 e 31 de outubro.

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