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Clima: Inundações históricas na Nigéria relacionadas com alterações climáticas

17/11/2022 às 10:06
DR

As alterações climáticas multiplicaram por 80 a probabilidade de chuvas intensas como as que originaram inundações históricas na Nigéria, que causaram, nos últimos meses, a morte a mais de 600 pessoas e devastaram a agricultura do país.

Estas conclusões, relativas ao país com mais população de África, foram apresentadas em um estudo científico divulgado na quarta-feira.

As inundações fora do normal, que também afetaram o Níger, o Chade e mais países vizinhos forçaram a deslocação de mais de 1,4 milhões de pessoas e desrtuíram centenas de milhares de hectares de searas, em plena crise alimentar decorrente da invasão russa da Ucrânia.

A principal causa identificada foi o nível excecional na região em torno do Lago Chade, desde o início da época de chuvas em junho.

Ora, “as alterações climáticas causadas pela atividade humana tornou este acontecimento 80 vezes mais provável e 20% mais intenso”, concluiu o World Weather Attribution (WWA), autor do relatório.

Pioneira, esta rede mundial de cientistas impôs-se nos últimos anos pela sua capacidade de avaliar em, pouco tempo, a ligação entre acontecimentos meteorológicos extremos e as alterações climáticas.

Entre os seus estudos anteriores, o WWA concluiu que a seca do último verão no Hemisfério Norte tinha tido uma probabilidade de ocorrência “pelo menos 20 vezes superior” devido ao aquecimento global provocado pelos gases com efeito de estufa.

Apontou também, da mesma forma, que a canícula de 2021 no noroeste do Canadá e dos EUA teria sido “praticamente impossível” sem as alterações climáticas. Mas esta associação não foi o principal fator da crise alimentar em 2021 em Madagáscar.

Os seus resultados, produzidos rapidamente e divulgados sem serem revistos por pares, são obtidos com a combinação de métodos aprovados pelos pares, desde logo informação meteorológica histórica e modelos climáticos.

Na região do Lago Chade, “as pluviometrias superiores à média” registadas este ano “tiveram uma hipótese em 10 de ocorrer todos os anos”, quando eram rarissimas antes do impacto climático resultante do uso de combustíveis fósseis, estimou o WWA.

Os cientistas examinaram o pico de precipitações ao longo de sete dias na bacia inferior do Niger, na Nigéria. Concluíram que “as alterações climáticas tornaram o acontecimento duas vezes mais provável e cerca de cinco por cento mais intenso”.

Lusa

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