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A situação financeira da Santa Casa da Misericórdia de Sardoal já teve dias melhores. Depois do encerramento da valência de creche, alegadamente, pelo prejuízo anula que acumulava e pela necessidade de fazer obras nas instalações foi apenas uma parte do problema.
No início de setembro correu a informação de eventuais despedimentos na instituição e de ordenados em atraso.
Foi para esclarecer dúvidas que o vereador Pedro Duque, eleito pelo PS, questionou o presidente da Câmara de Sardoal, igualmente presidente da Assembleia Geral da Instituição Particular de Solidariedade Social, sobre estes problemas financeiros. Pedro Duque revelou que se ouve falar de muita coisa por isso perguntou sobre a existência de ordenados em atraso na Santa Casa da Misericórdia de Sardoal, deixando a nota de uma grande preocupação sobre o que se diz no concelho.
Miguel Borges, presidente da Câmara de Sardoal, na resposta revelou que há uma grande preocupação sobre esta situação que a Misericórdia está a viver. “Sei que os ordenados estão em dia, neste momento [16 setembro]”, afirmou o presidente da Câmara de Sardoal e acrescentou que teve conhecimento que a Misericórdia enviou uma carta aos trabalhadores a explicar que iria pagar os ordenados em duas partes, uma das quais a 10 de setembro. E disse saber que essa data tinha sido cumprida de acordo com o que tinha sido informado pela IPSS.
Miguel Borges fez questão de revelar que enquanto presidente da Assembleia Municipal tinha já convocado uma assembleia “para abordar estas questões, que será dia 26 de setembro”, manifestando uma grande preocupação pelo que se está a passar, sendo uma IPSS ou uma empresa, é do concelho de Sardoal.
Mas o presidente da Câmara deixo também uma nota de que era bom que “não existisse tanto ruído como por vezes há em torno de uma entidade que tem muitos funcionários e que é apenas e só o segundo maior empregador do concelho de Sardoal”.
Miguel Borges fez questão de esclarecer, mais uma vez, que não toma decisões na Misericórdia: “Sou apenas o presidente da Assembleia Geral da Misericórdia que tem como função gerir os trabalhos das reuniões”. E depois voltou a repetir que cabe à Mesa Administrativa da instituição tomar as decisões e aplicar as medidas que entende. Mas vincou que, naturalmente, tem uma grande preocupação pela situação que a IPSS está a viver.
Miguel Borges, presidente da Câmara Municipal de Sardoal
Entretanto, no final da semana foi divulgada a convocatória da Assembleia Geral da Santa Casa da Misericórdia de Sardoal, agendada para 26 de setembro com a seguinte ordem de trabalhos: aprovação para venda de imóveis rústicos; análise dos motivos do encerramento da Valência de Creche; análise da situação financeira da Instituição; autorização para alteração da Garantia do Financiamento de Depósito a Prazo para Hipoteca Imobiliária; e autorização para financiamento de curto prazo de 100 mil euros.
Já esta semana o presidente da Câmara de Sardoal deixou uma mensagem aos seus seguidores na rede social Facebook em que manifesta preocupação pela situação da instituição. “Estou certo que os Irmãos desta tão prestigiada instituição saberão encontrar o melhor caminho, o caminho que a Instituição merece” e acrescenta o exemplo: “a creche foi a prova da nossa capacidade de resposta rápida perante as adversidades”.
Na mesma publicação o presidente da Câmara e da Assembleia-geral da IPSS revela que “as preocupações são legítimas, assim não é o aproveitamento político miserável que alguns estão a fazer desta triste situação, usando a mentira, manipulando pessoas e factos”.
A Antena Livre sabe ainda que corre a indicação, à “boca fechada”, de que pode haver despedimentos na instituição o que causa alguma apreensão junt dos funcionários e dos seus familiares, pois a Santa Casa da Misericórdia de Sardoal é, como disse o presidente da Câmara, o segundo empregador do concelho.
