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Entrevista: «O Ambiente e as suas implicações na nossa vida quotidiana» são tema habitual nas reuniões do Rotary Club de Abrantes

11/09/2023 às 09:21

Na rotatividade da presidência do Rotary Club de Abrantes, os próximos dois anos serão sob a liderança de António Belém Coelho. A atividade do Club, os projetos que mantém e as novas ideias foram tema de conversa com o Jornal de Abrantes.

Por Patrícia Seixas

Assumiu a presidência do Rotary Club de Abrantes a 30 de junho, para o biénio 2023/24. Quais são as principais metas que pretende alcançar no seu mandato?

A principal meta de qualquer presidente do Rotary Club de Abrantes e de qualquer outro, certamente, é a de que o Club, em conjunto com os seus parceiros, possa continuar a fazer a diferença, servindo a Comunidade e, com os seus projetos e atividades, propiciar mudanças perenes na vida do maior número possível de pessoas. Numa palavra, dar de si antes de pensar em si, que é uma forma concreta de criar esperança no mundo.

 

Há alguma novidade/ atividade que queira introduzir? Falou da criação de uma Comissão de Ambiente... em que consiste e qual o objetivo?

Embora a preocupação com ambiente e sustentabilidade já existisse anteriormente, não tinha uma Comissão própria a ela dedicada. Agora tem. O objetivo é poder alertar para a situação que vivemos a nível da sobreutilização de recursos e os danos que isso provoca na nossa casa comum. Somos uma voz a juntar a muitas outras nesse sentido (autarquia, escolas, associações, etc), e que nunca serão de mais.

Gostava de fazer aqui uma pequena confidência. É muito rara a reunião de trabalho e companheirismo que temos em que não comentamos e analisamos as questões relativas ao Ambiente e as suas implicações na nossa vida quotidiana, que podem ir por exemplo, desde uma boa gestão e utilização da água em termos domésticos, até à “invasão” do espaço urbano por determinadas espécies.

Em termos mais práticos e visíveis, o Rotary Club de Abrantes alimenta um projeto, o de gerir um pequeno espaço verde público, em localização visível, povoando-o com espécies autóctones e utilizando técnicas e métodos de tratamento auto-sustentáveis.

 

O Curso de Liderança, a par com as Bolsas de Estudo, são duas grandes bandeiras do Rotary em Abrantes. O que vos leva a prosseguir com estas atividades?

A constatação de que continuamos a ter jovens com valor que, nalguns casos, face a condições sociais e/ou materiais necessitam de apoio. A certeza de que estamos realmente a introduzir mudanças na vida de muitos jovens, ajudando com os nossos parceiros a proporcionar-lhes oportunidades e vivências que lhes garantem a aquisição de mais competências e o desenvolvimento de todo o potencial que têm para melhor poderem desempenhar um papel relevante, inovador e solidário na Comunidade. E os resultados e bons exemplos que vemos ano após ano.

 

“A maior componente do valor acrescentado dos Rotários é congregar parceiros, vontades e recursos para, em conjunto, melhorar a vida da Comunidade”

 

Continuam, de alguma forma, a acompanhar o percurso dos jovens que interagem com o Club?

Sem dúvida. Temos preservado, com as naturais dificuldades decorrentes do fluir da vida de cada um, o contacto com os jovens que passaram pelo programa de bolsas de estudo, pelo Curso de Liderança, pelo Interact, pelo Rotaract, etc, como no projeto “Allumni”.

No caso particular dos bolseiros, cada um deles é acompanhado por um membro do Rotary (elo rotário), no sentido de ir auscultando como estão a correr as coisas, que tipo de dificuldades podem estar a ter, etc. Culmina com um relatório sobre o percurso de cada um deles, pois é lícito que o Club e os patrocinadores - autarquia, empresas e pessoas singulares - tenham conhecimento dos resultados do seu investimento e apoio.

 

Há, pelo menos, um bolseiro Rotary que se formou, trabalha em Abrantes e já é um dos vossos companheiros. Há mais casos desses? Tentam cativar quem ajudam?

Sim. Temos um ex-bolseiro, jovem médico que exerce a sua atividade profissional em Abrantes e já é um dos nossos Companheiros. Temos igualmente, que me recorde, mais dois ou três ex-bolseiros que exercem a sua atividade profissional no nosso concelho e na nossa região, embora por este ou outro motivo, não sejam nossos companheiros.

Evidentemente que gostaríamos que fossem muitos mais, mas a esse nível não somos nós a entidade mais determinante, como é fácil de ver.

Como é que o Rotary Club de Abrantes apoia os clubes mais jovens como o Rotaract e o Interact?

O Rotary Club de Abrantes apadrinhou os Clubs jovens, Interact e Rotaract. Dentro do respeito pela autonomia de cada um deles - e o Rotaract é formalmente autónomo -, o apoio tem-se traduzido em disponibilidade e facilidade de contactos mútuos, reuniões de trabalho conjuntas, realização de atividades também participadas pelos três Clubs e, sobretudo, a confiança de saber que cada Club pode contar com os outros com o que for necessário.

 

Tem sido fácil cativar os jovens para estes grupos?

Nos últimos anos temos tido a sorte (e não esqueçamos que a sorte dá sempre muito trabalho) de termos tido lideranças excecionais nestes Clubs de jovens, com vontade, empatia, capacidade de inovação, capacidade de liderança... Nestas circunstâncias, a resposta à sua questão é obviamente sim.

 

“Continuamos a ter jovens com valor que (...) necessitam de apoio” 

 

Em que consiste o protocolo com Cabo Verde?

O protocolo existente foi assinado conjuntamente pelas Câmaras Municipais de Abrantes e de Ribeira Brava, pela ESTA, pela EPDRA e pelo Rotary Club de Abrantes com o objetivo de acolher e apoiar estudantes daquela localidade e nacionalidade nos seus estudos na ESTA e na EPDRA, de forma a poderem depois retornar ao seu país devidamente capacitados e contribuir para o seu desenvolvimento.

O papel do Rotary Club de Abrantes é o de gestão e acompanhamento das bolsas de estudo e apoio escolar e social aos alunos abrangidos. E penso que com base no historial, todos ganhamos com isso, sobretudo os bolseiros que, desta forma, embora longe da sua realidade e da sua família, sabem que têm sempre disponível apoio perante qualquer dificuldade ou entrave que lhes possa surgir.

 

Prometeu “estar sempre atento, na nossa comunidade, aos problemas que podem surgir”. De que forma pode o Rotary chegar à solução ou ao minimizar os problemas da comunidade?

Os Rotários são profissionais que desempenham a sua atividade na Comunidade e que, logicamente, nos inúmeros contactos que mantém entre si e com outros, se podem aperceber de alguns problemas. Também isso é falado e analisado nas nossas reuniões semanais.

Não temos a veleidade de os querer prevenir ou resolver sozinhos, salvo problemas mais individualizados e pontuais a que possamos acorrer de uma forma mais ou menos imediata. A maior componente do valor acrescentado dos Rotários é congregar parceiros, vontades e recursos para, em conjunto melhorar a vida da Comunidade. Ser, como se costuma dizer, parte da solução. Aliás, isso já ficou evidente em vários pontos desta nossa conversa.

 

Antes da pandemia, as companheiras dos Rotários mantinham algumas atividades solidárias. Foram retomadas? De que forma interagem na comunidade?

Está a falar-me do que nós chamamos a “Casa da Amizade”. Posso dizer que sim, que estão a ser gradualmente retomadas com o objetivo de poderem angariar alguns fundos que permitam auxiliar situações de necessidade que, naturalmente, ocorrem e que não se enquadrando nos apoios institucionais, possam chegar ao nosso conhecimento.

 

“Os portugueses, de uma forma geral, estão sempre disponíveis para apoiarem causas solidárias”

 

É fácil encontrar parceiros para “patrocinarem” as vossas atividades?

Os portugueses, de uma forma geral, estão sempre disponíveis para apoiarem causas solidárias em maior ou menor grau, dependendo também do ciclo económico em que vivemos. Para além das pessoas singulares, também as empresas, que são formadas por pessoas, não são exceção, demonstrando muitas vezes uma apurada responsabilidade social que se traduz efetivamente nesses apoios, se as causas lhes forem corretamente apresentadas e explicadas.

 

Aquando da sua Tomada de Posse também assumiu que nem toda a atividade do Club foi restabelecida após a pandemia de Covid-19. O que falta para que o Rotary volte a estar a 100%?

As atividades já desde o ano passado que têm efetivamente sido retomadas a bom ritmo, com o abrandar da pandemia e o natural evoluir desta para endemia. Mas é natural e perfeitamente legítimo que pessoas com problemas de saúde e de idade mais ou menos avançada se possam retrair um pouco. É preciso lembrar que o vírus pandémico não foi erradicado. Pese embora grandes avanços no referente a consequências e letalidade, continuamos a ter infeções todos os dias.

Se já não estamos a 100%, estamos por lá perto. A confiança requer algum tempo para ser restabelecida. Mas podemos dizer que já estamos na normalidade pré-pandemia, embora porventura com alguns cuidados e prevenções face ao período que atravessámos.

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