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Restaurante “O Castiço” reabriu ao público com as novas regras (C/ÁUDIO)

18/05/2020 às 00:00

O restaurante “O Castiço”, em Mouriscas, fez todo o período de Estado de Emergência e no de calamidade pública, em modo takeaway, tal como muitos outros da região e do país.

Isidro e Maria Élia Pires prepararam, ao longo de todo o fim de semana, a reabertura dos espaços. Café no rés do chão e o restaurante no primeiro andar. E vão manter o serviço takeaway como que trabalharam desde o dia 18 de março, quando entrou em vigor o período de confinamento.

Os proprietários do restaurante aguardam com expectativa este período de desconfinamento e, desde a semana passada, prepararam a reabertura do espaço físico, uma vez que a cozinha nunca parou. “Tivemos alguns serviços de takaway no período da Emergência”, explicou Isidro Pires que adiantou ainda ter algumas, não muitas, com entregas domiciliárias. Não houve um funcionamento pleno da cozinha, mas sempre se fez alguma coisa disse Maria Élia Pires que espera agora começar a voltar à normalidade. Se é que vamos voltar a ter uma normalidade.

Conscientes das regras necessárias para segurança de clientes e dos funcionários os proprietários do restaurante “O Castiço” explicaram que fizeram todos os passos da higienização do dos espaços, colocaram o gel desinfetante para uso dos clientes, “despiram” todo o restaurante de adereços ou decoração e fizeram formação com a equipa através da empresa de higiene e segurança no trabalho.

Isidro Pires reforçou que estão de portas abertas a cumprir os normativos, porque têm de ser cumpridos e espera que a partir de hoje as coisas comecem a regressar a um ciclo mais normal nestes tipos de casas. O restaurante adaptou-se às novas regras do espaço e alterou o serviço. Abandonou o buffet diário e passa a trabalhar com diárias e à carta.

Maria Élia e Isidro Pires, proprietários do restaurante “O Castiço”

Os seis empregados estão a voltar ao serviço e Maria Élia indicou que na cozinha, ao nível de serviço ou de escolha de ingredientes, nada se alterou. O que esperam é que dentro de um mês possam ter o seu espaço novamente a funcionar em pleno, ou seja, com clientela, porque “agora vai-se sabendo que abrimos e os clientes vão começar a voltar. Esperamos. Daqui a um mês poderemos ter as rotinas normalizadas”. Sempre de acordo com as regras que estiverem em vigor. Ainda corria a conversa com os proprietários do restaurante “O Castiço” quando chegaram os primeiros clientes, menos de dez minutos depois do meio-dia, a hora de abertura nesta nova fase. Primeiro um casal que se sentou uma mesa, depois mais dois clientes entraram separados e foram encaminhados cada um para o local onde viriam a almoçar. Todos eles entraram com máscara, de acordo com as novas regras.

Carlos Barbosa e Anabela Matos já eram clientes do restaurante e explicaram a decisão: “soubemos que ia abrir, estávamos com fome, viemos almoçar”. Conhecendo as novas regras e sabendo que vamos ter de cumprir revelaram uma vontade, há muito, de poderem voltar, de vez em quando, a comer no restaurante, coisa que estava “proibida” há dois meses. Agora têm a esperança que as coisas voltem “aos eixos” e que o caminho seja em frente, sem retrocesso.

O Carlos e a Anabela sentara-se numa mesa completamente despida. Sem toalha, pratos, talheres, copos ou entradas. Seja o que for. Apenas a madeira higienizada ao longo da manhã. Depois foram atendidos e só aí é que a mesa começou a ser vestida.

Carlos Barbosa e Anabela Matos, os primeiros clientes

Maria Élia revelou que o restaurante estará aberto aos almoços e jantares, mas mantêm o serviço takeaway, que criaram quando tiveram de fechar as portas por causa da pandemia. Para este dia a ementa foi de sopa de feijão-verde, arroz de tamboril e lombo de vitela fatiado. E depois têm as escolas à carta. O que acabou foi o buffet que o restaurante tinha diariamente. Para já, de acordo com as novas regras, vai funcionar com pedidos ao prato e com uma ocupação de metade do espaço que têm.

Espaço do café com redução das mesas para o distanciamento dos clientes

Reabertura dos cafés e restaurantes não será para todos

Os restaurantes, cafés e pastelarias, que até aqui podiam funcionar apenas em ‘take-away’ ou com entregas, podem reabrir a partir de hoje com normas de segurança e lotação máxima reduzida a metade.

Já se sabe que a lotação dos estabelecimentos de restauração está agora limitada a metade, devendo ainda ser promovida a ocupação de esplanadas. Esta medida já revelou que cerca de 20% dos restaurantes não têm condições para reabrir. Alguns vão manter-se no regime de takeaway, como têm estado nos últimos dias.

Por outro lado, têm que ser cumpridas as normas de higiene e segurança, que foram acordadas entre a Direção-Geral da Saúde (DGS) e a Associação da

Ana Jacinto, da AHRESP, disse que a redução de 50% é “um ponto muito crítico” que “compromete a abertura de muitos estabelecimentos que desejariam abrir e não vão ter condições", lembrando que "há muitos anos" que o setor convive com normas de higiene e segurança "muito apertadas".

De acordo com o último inquérito feito aos seus associados, 20% das empresas avisou a AHRESP que não tinham condições para abrir com limitação de capacidade a 50%, o que Ana Jacinto considerou ser "extremamente preocupante".

Dos que vão abrir, continuou, apenas uma parte dos trabalhadores vai voltar, pelo que se mantém a necessidade de o Governo apoiar a manutenção destes postos de trabalho e dos apoios ao setor, nomeadamente dando continuidade ao 'lay-off' simplificado (redução do horário ou suspensão dos postos de trabalho).

Durante a mesma sessão, Ana Jacinto esclareceu que a distância de dois metros entre as mesas, apesar de recomendada, não é obrigatória, ressalvando que o distanciamento não será necessário no caso de se tratarem de pessoas que convivem na mesma casa.

A proibição de entrada nos estabelecimentos depois das 23:00 também não será impeditiva de que os clientes possam permanecer no interior e terminar tranquilamente as suas refeições após essa hora, disse.

 

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