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Sapadores da Associação de Agricultores de Abrantes destacados para o incêndio no Gerês (C/ÁUDIO FOTOS)

10/08/2020 às 00:00

Há duas equipas de sapadores da Associação de Agricultores de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação, que estão a combater as chamas no incêndio do Lindoso, na Serrada Peneda/Gerês. Estas duas equipas, de quatro homens cada, foi acionada ontem à tarde, cerca das 18 horas, pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).

De imediato após este pedido a Associação de Agricultores de Abrantes que tem sete equipas de sapadores florestais contactou os seus elementos no sentido de dar resposta a este pedido. Ao que disse à Antena Livre Luís Damas, presidente desta associação, praticamente todos os sapadores se mostraram disponíveis para esta missão, pelo que foi necessário fazer uma seleção dos oito elementos que cerca das 21 horas de ontem, domingo, saíram de Abrantes em direção ao Gerês.

Equipas de sapadorres na zona logística no incêndio do Lindoso (Gerês)

Pelo que conseguimos saber as equipas chegaram ao norte do país depois da meia-noite e por volta da uma da manhã já estavam integradas no dispositivo que combate as chamas nas escarpas da serra.

Trata-se, segundo Luís Damas, de um trabalho diferenciado, pois ao que se sabe as equipas são colocadas onde é possível e depois fazem o combate apeado apenas com recurso ao material sapador, sem água. “Combatemos com as enxadas e com os ancinhos (ou similares nos sapadores) porque o fogo é baixo, há pouca matéria de combustão, mas são zonas muito escarpadas”, explicou Luís Damas revelando que ali estes operacionais colocam todos os ensinamentos. Têm de apagar o fogo nos arbustos e nas raízes da serra onde, em muitos locais, não há árvores.

Um dos problemas que estão ter tem a ver com a fraca visibilidade, quer pelos fumos baixos, quer por causa do nevoeiro.

Às 08 da manhã as equipas de Abrantes estavam com o trabalho cumprido, no abastecimento e à espera de ordens. Se vão ser desmobilizados se vão descansar para voltar ao teatro de operações.

Luís Damas, presidente da Associação de Agricultores de Abrantes

Às 12 horas desta segunda-feira o fogo em Lindoso, concelho de Ponte da Barca, continuava ativo com a presença de 177 operacionais apoiados por 53 viaturas e quatro meios aéreos.



Nevoeiro e fumo do fogo impedem uso de meios aéreos no Lindoso, Gerês

Mais de uma centena de operacionais combatem hoje o incêndio que desde sábado lavra no Parque Nacional Peneda-Gerês, numa zona de difícil acesso e onde o nevoeiro e o fumo do fogo estão a impedir o uso de meios aéreos.

Num ponto de situação feito à agência Lusa pelas 08:20, o comandante Paulo Santos, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), disse que a situação deste incêndio no Lindoso permanece "inalterada relativamente à noite de domingo" e que o fogo “continua a lavrar com muito fraca intensidade em zona de escarpas e fragas”

Estamos a falar de uma linha com pequenos focos de incêndio, em zonas inacessíveis e, como não sabemos o comportamento que esses pequenos focos podem provocar, não temos o incêndio dominado”, disse o responsável, adiantando que no terreno estão “mais de 100 homens, apoiados por mais de 30 viaturas”.

Paulo Santos explicou que as viaturas “não conseguem aceder aos locais do incêndio”, que terá de ser extinto “por meios terrestres, com equipas apeadas, como as que ainda durante dia de ontem [domingo] foram largadas no terreno com recurso a helicópteros, que os colocaram o mais próximo possível” do fogo.

São locais quase inacessíveis, [que estão] a entre 800 a 1.000 metros de altitude”, acrescentou.

O responsável adiantou também que “grande parte litoral do território está sob nevoeiros matinais” e que estas neblinas, aliadas ao fumo do próprio incêndio que se acumula nos vales, tem impedido o uso de meios aéreos esta manhã.

O fogo, em Lindoso, no concelho de Ponte da Barca, chegou a ser combatido por 10 meios aéreos durante a tarde de domingo. Pelas 08:40, segundo a página da ANEPC, mobilizava 108 operacionais, apoiados por 35 veículos.

O secretário de Estado da Conservação da Natureza revelou no domingo que o incêndio no Parque Nacional Peneda-Gerês já tinha consumido cerca de 200 hectares, mas que os principais esforços de proteção se centram na Mata do Cabril.

Do lado espanhol, dados da Junta da Galiza apontam para 400 hectares ardidos.

No combate às chamas em Lindoso, no sábado, um piloto português morreu e um piloto espanhol ficou gravemente ferido quando o avião 'Canadair' português em que seguiam se despenhou em território espanhol, a cerca de dois quilómetros da fronteira.

O copiloto do avião 'Canadair' está "estável e fora de perigo", segundo fonte do hospital de Braga.





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