A Câmara Municipal de Abrantes aprovou no dia 21 de junho, por unanimidade, o montante de 23 mil euros para aquisição do imóvel, onde nasceu Maria de Lourdes Pintassilgo, para acolhimento de emergência de vítimas de violência doméstica.
Atualmente, a Câmara Municipal dispõe de um serviço de atendimento dentro do edifício dos Paços do Concelho, e a necessidade de um novo espaço, surge na medida em que é necessário realizar um acompanhamento que confira proteção e conforto à vítima.
“O que está na base [da compra do novo espaço] é o acompanhamento e o número de atendimentos. Temos mais casos na verdade, mas também não conseguimos perceber se é porque há mais informação disponível, se é porque há mais formação para os técnicos, se efetivamente as pessoas percebem melhor que se trata de um crime público, e por isso, já o denunciam com mais facilidade”, afirmou Celeste Simão, vereadora com o pelouro da Ação Social.
Em casos de vítimas de violência doméstica, a vereadora explicou que o procedimento dito “normal” é o seguinte: “ou a pessoa se dirige ao nosso balcão e faz a queixa, ou a queixa chega através da PSP, da GNR, ou através de um dos parceiros da Rede Especializada de Intervenção na Violência de Abrantes (REIVA). Depois a intervenção visa não só um acompanhamento da pessoa a nível financeiro, ou com outro tipo de acompanhamento, mas nestes casos são mobilizados todos os parceiros para realizar a intervenção adequada. A pessoa não tem de se dirigir aos vários locais, tudo é centralizado na câmara, com os técnicos responsáveis”.
Semanalmente podem surgir “dois a três novos casos”, para além daqueles que estão a ser acompanhados no seio da REIVA, mas também há outras semanas em que, felizmente, não se registam “novos casos”, disse a responsável.
“Em situações de emergência, envolvemos as IPSS, pois podem disponibilizar refeições, dormidas e acolher a vítima”, de qualquer modo os casos “passam primeiramente pela câmara, pelo nosso serviço, que já faz parte do catálogo nacional, ou seja já está creditado, para fazer este tipo de atendimento e acompanhamento”, salientou a vereadora.
Em declarações à AL, João Caseiro Gomes, vice-presidente, referiu que uma das preocupações da autarquia “é tentar encontrar financiamento para a reabilitação do edifício [onde nasceu Maria de Lourdes Pintassilgo], porque estamos a falar de uma iniciativa de âmbito social”.
“ Se não tivermos acesso a fundos comunitário para atuarmos neste âmbito, claro que terá de ser com receita da câmara que iremos iniciar a intervenção. Mas, neste momento, ainda não temos uma data previsível”, finalizou o responsável.
ATENDIMENTOS DE VÍTIMAS VIOLÊNCIA DOMÉSTICA |
|||
2016 |
|||
Mês |
Novo |
Acompanhamento |
Total |
Janeiro |
3 |
34 |
37 |
Fevereiro |
4 |
30 |
34 |
Março |
5 |
13 |
18 |
Abril |
8 |
22 |
30 |
Maio |
1 |
23 |
24 |
Junho |
3 |
16 |
19 |
Total |
24 |
138 |
162 |
Fonte: CM Abrantes
Crédito: DR