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Constância: Bombeiros reclamam dívida de 600 mil euros e anunciam término do contrato com o CHMT

1/08/2018 às 00:00

Os Bombeiros Voluntários de Constância reclamam uma dívida de 600 mil euros ao Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) e anunciaram a suspensão do contrato, que prevê o serviço de transportes de doentes, desde o passado dia 22 de junho, disse o comandante daquela corporação humanitária.

A discórdia já se arrasta desde o ano passado. Segundo Adelino Gomes, o CHMT entende que o valor a pagar aos prestadores de transportes, no que se refere ao trajeto de regresso, depois de se deixar o doente no local de atendimento, é de 20% do valor real do transporte. No entanto, entende a corporação humanitária de Constância que a viagem de regresso “ao quartel” deve ser paga a 100%, de acordo com os valores definidos na proposta que foi inicialmente acordada entre as partes – o CHMT e os Bombeiros.

“Temos andado desde 2017 em debate porque nos pediram notas de crédito de algo que não podiam fazer, porque em lado nenhum se dizia que as ambulâncias quando saíam de casa do doente e quando retornavam ao quartel só cobravam 20%. Não foi isso que acordámos nas nossas propostas de concurso. O que definimos foi o pagamento de 20% até à recolha do doente e depois o restante percurso seria pago a 100%. Recentemente, o contrato foi alterado e nós nunca aceitámos”, explicou o comandante.

Adelino Gomes afirma que o CHMT começou a “reter a faturação” aos Bombeiros de Constância desde o passado mês de setembro. “Quando refilámos e dissemos que não podíamos ter cerca de 300 mil euros de faturas retidas, referimos que ou nos pagavam ou terminávamos o contrato. E assim o fizemos. Demos o tempo legal e suspendemos o contrato. Neste momento, desde o dia 22 de junho que não fazemos transportes para o CHMT”, salientou.

Com a suspensão do contrato, o comandante refere que “o CHMT chamou vários corpos de bombeiros, várias transportadoras e propuseram o serviço de transporte a 100%, não havendo a imposição dos 20%”. O que para Adelino Gomes “foi uma atitude irresponsável (…) porque quadruplicaram a faturação dos transportes e vão ter um problema grave”.

“Penso que mais dia, menos dia, estes corpos de bombeiros [que agora estão a prestar serviço] não vão aguentar muito mais tempo financeiramente porque agora estão a receber na totalidade, mas não tarda começam a receber daqui a 3/4 meses e deixam de ter condições para poderem manter as ambulâncias na rua. E depois, ou param ou caem. Como nós, que quase que caímos”, fez notar o responsável.

Por último, o comandante vincou que em dívida estão cerca de “600 mil euros” à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Constância. No entanto, a corporação manteve a sua frota, os seus colaboradores e continua a prestar serviço de transporte para outros centros hospitalares do país.

Questionado sobre o modo de funcionamento atual do transporte de doentes, refere o CHMT que “reorganizou os seus recursos” e que “em termos operacionais o CHMT tem contado com a prestação de diversas entidades com capacidade de transporte de doentes, garantindo por essa via o normal funcionamento deste centro hospitalar”.

No que diz respeito à dívida para com os Bombeiros, o CHMT esclarece que “tem pago todos os meses, desde o início do contrato, à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Constância a prestação do serviço efetuado. À data de 20 de junho, o prazo de pagamento era inferior a 60 dias. Mais se refere que nos últimos 12 meses foram pagos cerca de 1 milhão e 300 mil euros à Associação Humanitária de Constância”.

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