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Vila de Rei: Município reforça pedido para central de biomassa na inauguração da FEQM

31/07/2018 às 00:00

A XXIX Feira de Enchidos, Queijo e Mel abriu as suas portas na tarde de 28 de julho, tendo recebido milhares de pessoas logo nos primeiros dias do certame.

Organizado pelo Município de Vila de Rei, o evento foi inaugurado pelo Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, e pelo presidente da Câmara Municipal, Ricardo Aires.

Mas foi o presidente da Assembleia Municipal, Paulo Brito, que iniciou a cerimónia e deu conta do que Vila de Rei mostra durante o certame.

“É uma Feira que tem três grandes componentes. Claramente uma componente económica mas tem também uma componente cultural e uma componente social, de convívio”.

Aproveitando a presença do Secretário de Estado das Florestas, Paulo Brito falou dos problemas com que o interior se debate e da aposta que se pode fazer na floresta. O presidente da Assembleia Municipal deixou um recado aos vilarregenses para que tenham uma perspetiva mais comunitária mas também deixou um pedido ao governante.

“Vila de Rei posicionou-se para ter uma unidade de valorização de biomassa, uma central de produção de energia, produção de gás, produção de valor a partir da biomassa florestal”.

E, acrescentou Paulo Brito, que é necessário “valorizarmos o nosso território por aquilo que somos, pelos nossos produtos endógenos”. Para tal, o presidente da Assembleia Municipal pediu ajuda ao governante na hora de tomar a decisão.

Ricardo Aires, presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei, falou da Feira e dos incentivos que o Município tem disponibilizado para um incremento no setor económico.

“O certamente económico lançado há 29 anos, a Feira de Enchidos, Queijo e Mel, de ano para ano tem superado todas as expetativas. O forte crescimento e adesão crescente, fez alargar o âmbito inicial, passando a estar presentes as atividades do setor primário, secundário e terciário. Na verdade, os empresário sempre foram atores interessados e ativos no desenvolvimento do nosso concelho. Neste contexto, o Município de Vila de Rei tem apoiado incondicionalmente os agentes económicos e somos um parceiro atento a todos os que pretendam instalar-se em Vila de Rei, criando, através de regulamentos, as condições favoráveis à fixação de novas empresas e negócios”.

O presidente da Câmara Municipal reforçou depois o apelo ao desbloqueio da central da biomassa em Vila de Rei, descrevendo a aposta que o Município tem feito na área florestal e também apelou a que seja dada a oportunidade a Vila de Rei para que tenha cadastro florestal.

Ricardo Aires lembrou que “o concelho de Vila de Rei é um território com 193 km2, dos quais 71% têm características florestais” e que “a coesão territorial pressupõe a criação de mecanismos de discriminação positiva e igualdade de oportunidades”.

O autarca frisou que “não nos acomodamos perante o tratamento diferenciado para com os proprietários florestais, produtores agrícolas e empresas do concelho de Vila de Rei que, lesados, não obtiveram qualquer apoio na sequência do flagelo dos incêndios florestais” e pediu que o Governo siga as recomendações da Assembleia da República para incluir Vila de Rei no projeto-piloto da reflorestação e também no projeto-piloto do sistema de informação cadastral simplificado.

Miguel Freitas dirigiu-se ao presidente da Câmara Municipal e disse reconhecer o trabalho que tem sido feito na floresta, em Vila de Rei.

O Secretário de Estado das Florestas não se escusou a falar dos problemas do interior do país e deu conta que o Conselho de Ministros realizado a 14 de julho na Pampilhosa da Serra, pode ter sido o início da mudança na mentalidade porque “decidiu que o interior é hoje a nova prioridade do país”.

Miguel Freitas deu ainda conta das soluções que o Governo está a pensar para a floresta e avançou com a criação de um projeto piloto no próximo ano que vai envolver pagamentos de serviços públicos prestados pela floresta. “Porque acreditamos que não é só a economia que traz valor aos produtores florestais, nós vamos criar um programa de pagamentos de serviços públicos prestados pela floresta à sociedade. Vamos fazer um primeiro projeto-piloto já no próximo ano para, a partir de 2020, estender a nível nacional. Significa que uma floresta organizada e bem gerida, que tenha espécies de crescimento lento (…) vão, para além de tudo o que são apoios que hoje existem, ter também apoios de pagamentos por aquilo que prestam como serviços que prestam à água, ao solo, à biodiversidade e também pela captação de carbono”.

Relativamente ao cadastro florestal, o Secretário de Estado das Florestas adiantou que, dentro de 2 ou 3 anos, todo o país terá o cadastro feito, assim a Assembleia da República o aprove.

“É verdade que Vila de Rei quis estar na primeira vaga desse projeto e o que vos posso dizer é que o projeto está a correr bem e até ao final deste ano, nós esperamos que, nos 10 concelhos onde o cadastro está a ser feito, esteja praticamente concluído”. Miguel Freitas avançou que a equipa que está a fazer o cadastro vai ser reforçada “para que até ao final do anos estes 10 municípios estejam feitos e possamos iniciar nos outros municípios a nível nacional”.

Já no que diz respeito à Central de Biomassa, Miguel Freitas disse-se agradado com o projeto apresentado por Vila de Rei, que ficou sensível ao pedido mas que se aguarda ainda por uma resposta de Bruxelas.

“Sou muito sensível ao projeto que apresentaram de Central de Biomassa. Sou um grande defensor de pequenas, pequeníssimas, centrais de biomassa. No Ministério da Agricultura, a visão que temos de centrais de biomassa corresponde àquilo que é a visão de Vila de Rei. Isto é, centrais autossuficientes, que tenham uma visão não só económica mas também ecológica. Não olhar para a florestal apenas como combustível”.

O Secretário de Estado concluiu, dizendo que o Governo está “à espera da resposta de Bruxelas àquilo que é a nossa proposta para podermos ter renda melhorada destas centrais que serão municipais”. O concurso “será aberto em diálogo com as Comunidades Intermunicipais (CIM) e é com as CIM que iremos decidir a localização dessas centrais de biomassa”.

Após a receção oficial no Salão Nobre dos Paços do Concelho, foi realizada uma visita aos 116 expositores que marcam presença nesta edição da Feira de Enchidos, Queijo e Mel que só nos primeiros dias já recebeu milhares de visitantes no certame.

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