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Abrantes: Município lança concurso internacional para rede de percursos pedonais e ciclovias

4/09/2025 às 16:26
Projeto integra ponte para ligar margens do Aquapolis

Foi aprovado por unanimidade na reunião do Executivo Municipal de Abrantes de dia 2 de setembro, a proposta de deliberação relativa à abertura do procedimento de Concurso Público Internacional de Conceção para a elaboração do Projeto da “Rede de Percursos, Pontes e Ciclovias que ligam a Terra ao Rio Tejo – Abrantes”.

Trata-se da criação de “uma rede de corredores verdes pedonais e cicláveis na cidade de Abrantes, que permita mitigar alguns impactos ambientais da cidade e mobilizar a população para práticas de desporto, lazer e mobilidade mais sustentáveis e numa base diária e que promova a acessibilidade a equipamentos relevantes existentes no tecido urbano, nomeadamente desportivos, culturais, lazer e educativos, entre outros”.

No documento de apresentação do projeto, cedido pelo Município de Abrantes, pode ler-se que “a qualidade de vida em meio urbano é um fator competitivo para as cidades. Além do acesso a bens e serviços, o acesso a espaços verdes e a existência de um ambiente urbano sustentável, são fatores determinantes para garantir bons níveis de qualidade de vida. Nessa medida, na promoção da sustentabilidade urbana, os espaços verdes devem funcionar de forma integrada e em rede. Para tal, considera-se fundamental a criação de corredores de conectividade entre os espaços verdes, potenciando a interação homem/natureza em meio urbano”.

É também mencionado que “presentemente, a deslocação em modos suaves está muito condicionada pelo uso generalizado dos veículos motorizados, o que alterou a forma de mobilidade nas cidades e tem levado à redução dos espaços destinados ao peão e à qualidade do espaço público. Melhorando as condições para a circulação pedonal e ciclável, através da criação de percursos que disponham de condições de acessibilidade e mobilidade que proporcionem deslocações seguras, confortáveis, com tempos aceitáveis e custos acessíveis, entre pontos chave na malha urbana, a cidade torna-se mais humanizada, incrementando-se ainda a qualidade de vida e as atividades de lazer ativas. Para além do mais, permite que a mobilidade dos cidadãos se exerça com eficiência energética e reduzidos impactos ambientais”.

Contudo, o Município de Abrantes relembra que “nos últimos anos, tem-se assistido a uma nova cultura de mobilidade, introduzindo-se cada vez mais os padrões de mobilidade sustentável e fomentando-se os modos suaves de deslocação nas viagens de curta e média distância, como é o caso das deslocações para o trabalho ou escola ou nas deslocações de lazer”.

Assim sendo, com a criação de uma rede de percursos pedonais e cicláveis em modos suaves, pretende o Município “estabelecer a ligação entre polos estruturantes da cidade, com o objetivo de incentivar a circulação pedonal e a utilização da bicicleta no quotidiano, seja em deslocações diárias ou em momentos de lazer”.

É neste contexto que surge a ideia de recorrer ao Concurso de Conceção, na modalidade de Concurso Público com publicidade internacional, “para a seleção de dois trabalhos de conceção, um por cada itinerário, ao nível de Programa Base, para a elaboração do Projeto de “Rede de Percursos, Pontes e Ciclovias que ligam a Terra ao Rio Tejo – Abrantes”, com a assessoria técnica da Ordem dos Arquitetos – Secção Regional de Lisboa e Vale do Tejo (OA-SRLVT).

A área de intervenção localiza-se dentro do perímetro urbano da cidade de Abrantes e desenvolve-se em dois itinerários, que visam interligar pontos estruturantes da cidade de Abrantes, nomeadamente, os principais espaços verdes de lazer e o TagusValley – Parque de Ciência e Tecnologia, “sempre que possível através de corredores verdes cicláveis e pedonais”.

 

O financiamento e os itinerários

Em declarações à Antena Livre, o presidente da Câmara de Abrantes falou de “um grande investimento” e de uma “oportunidade de lançarmos este grande projeto com a Ordem dos Arquitetos”.

Relativamente ao financiamento, Manuel Jorge Valamatos lembrou que “para qualquer candidatura a fundos comunitários, importa ter um projeto, projetos de qualidade, projetos capazes de transformar os territórios”. Assegurou que “há muito que tentámos criar esta oportunidade financeira para o efeito com a nova NUT [Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos], com a criação da nova NUT na nossa região, entre o Médio Tejo, a Lezíria e o Oeste. Afiguram-se outros movimentos e outros enquadramentos financeiros, bem como na relação que temos com a CCDR e o propósito ainda do Portugal 2030, de lançar uma grande operação urbanística com ciclovias e zonas pedonais, que ligam o ambiente ao cidadão, transformam a mobilidade do ir para o trabalho, no lazer...”

Ainda sobre o financiamento, Manuel Jorge Valamatos respondeu, quando questionado se estavam assegurados fundos comunitários no âmbito na nova NUT, que “temos feito as abordagens essenciais e primárias em torno destas questões e acreditamos que, com projetos verdadeiramente sustentáveis, equilibrados, transformadores, conseguimos esses financiamentos, como temos vindo a ter financiamento por outras obras estruturantes como a Escola Superior de Tecnologia, as Unidades de Saúde Familiar, a creche, tudo aquilo temos vindo a construir. Tivemos uma primeira fase em que fomos à procura de financiamento para obras estruturantes, importantíssimas para o momento, mas queremos acreditar que nos próximos enquadramentos financeiros conseguimos, e temos vindo a fazer essas abordagens com as instituições que as gerem, e temos boas respostas e boas expectativas do futuro e é isso que queremos continuar a fazer”.

Manuel Jorge Valamatos disse ainda que “queremos e acreditamos que através da Ordem dos Arquitetos, num concurso internacional, possamos ter bons projetos, quer para a ponte pedonal e ciclável, quer para as ciclovias que queremos construir entre os vários itinerários”. Trata-se, portanto, e segundo o autarca, de um “um grande projeto, um projeto muito ambicioso, que obviamente depois irá ligar - como se sabe, queremos muito passar para a égide do município a Estrada Nacional 2 da nossa cidade, - entre a rotunda do Olho do Boi, da A23, até à ponte rodoviária em Barreiras Tejo. Essa estrada não é nossa neste momento, é da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal e nós queremos, com o Governo, encontrar também uma resposta e financiamento para toda esta requalificação. É uma transformação enorme para a cidade, para o concelho e nós entendemos que esta oportunidade de lançarmos este concurso internacional é o primeiro passo, é o arranque decisivo para termos projetos capazes de depois podermos candidatar a fundos comunitários”.

Em concreto, o que se pretende é “construir corredores verdes cicláveis entre o Parque de Ciência e Tecnologia, em Alferrarede, e o Aquapolis Norte, criar ligações entre a Rotunda das Oliveiras e o Parque Urbano de São Lourenço e criar zonas cicláveis e pedonais também entre o Centro Histórico e o Aquapolis Norte. Fazer a ligação entre todas estas vias, capazes de criar maior mobilidade de lazer no dia a dia dos cidadãos na nossa cidade. Queremos obviamente construir uma ponte pedonal e ciclável sobre o Rio Tejo e neste momento vamos lançar um concurso internacional para esta grande operação”.

Os itinerários integram no total cinco percursos, numa extensão de 9.410 metros, que se interligam:

ITINERÁRIO 1

LOTE 1 - Percurso 1 (P1)

Castelo - Outeiro de São Pedro – EN2, com uma extensão total de 2.080 m, desenvolve-se em dois troços. Um que contorna o Castelo de Abrantes com 1.280 m e outro que se desenvolve ao longo da Calçada de São Caetano, entre o Outeiro de São Pedro e a EN2, com uma extensão de 832 m;

LOTE 2 - Percurso 2 (P2)

Castelo de Abrantes – Rua da Barca – Aquapolis Margem Norte, com uma extensão de 1.142 m, estabelece a ligação entre o Castelo e o Aquapolis Norte, com transposição da Avenida Doutor Francisco Sá Carneiro, de forma segura, através de ponte ciclável e pedonal que promova a ligação entre os dois troços da Rua da Barca;

LOTE 5 - Percurso 5 (P5)

Rotunda do Olival – Parque Urbano de São Lourenço, tem uma extensão de 2.368 m, entre a Rotunda do Olival e o Parque Urbano de São Lourenço. Desenvolve-se ao longo da linha de água, no espaço verde adjacente à Quinta dos Pinheiros até intercetar a Rua de Vale de Rãs, continuando ao longo do vale, na área afeta à Quinta da Arca D`Água, até à Rua do Seixo, a partir da qual segue pela Rua da Samarra e Rua de São Jerónimo até ao Parque Urbano de São Lourenço.

ITINERÁRIO 2

LOTE 3 - Percurso 3 (P3)

Ponte sobre o Rio Tejo, com uma extensão de 365 m, pretende criar uma ligação em ponte pedonal e ciclável entre as duas margens do Rio Tejo, de forma acessível, segura e aprazível;

LOTE 4 - Percurso 4 (P4)

Aquapolis Margem Norte – EN2 – TagusValley, com uma extensão de 3.439 m, pretende estabelecer a ligação entre o Aquapolis Margem Norte e o TagusValley, através da Avenida do Aquapolis, EN2 (Avenida da Portagem e Avenida D. Manuel I), Rotunda do Olival, EN244-3 (Avenida António Farinha Pereira), Rua da Fonte de São José, Bairro do Ultramar, Avenida dos Plátanos, Rua de Goa, Rua Vasco da Gama e Rua José Dias Simão.

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