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Central Pego: Associação ambientalista Zero alerta para perigos de transformar central do Pego em biomassa

12/01/2022 às 17:29

A associação ambientalista Zero alertou hoje para as elevadas emissões de dióxido de carbono (CO2) das centrais de biomassa, considerando que, caso seja essa a finalidade da central do Pego, serão produzidas anualmente 600 mil toneladas de CO2.

Queimar biomassa na central do Pego pode levar no local à produção de um por cento do CO2 de todo o país, diz a Zero em comunicado, defendendo que Portugal deve recorrer a fontes de energia renovável verdadeiramente sustentáveis.

A central termoelétrica (produção de energia a partir do carvão) do Pego, depois da central de Sines, foi desativada no final do ano passado. A produção no local de energia através da biomassa (matéria orgânica, de origem vegetal ou animal, a madeira por exemplo) é uma das hipóteses mas não é conhecida ainda uma decisão.

Para a Zero, a eventual conversão da central do Pego para biomassa “continua a ser motivo de grande preocupação”, porque irá agravar significativamente a falta de madeira, e porque vai levar a um aumento das emissões de gases com efeito de estufa.

Nas contas da associação, se for produzida energia com “pellets torrificados” (com origem em resíduos vegetais recolhidos num raio de 60 quilómetros), para obter 512 gigawatts-hora de produção elétrica anual, serão precisas 260 mil toneladas de “pellets”, obtidas de 465 mil toneladas de biomassa vegetal, que exigem à volta de 15.000 viagens de camião.

“Numa época em que a emergência climática exige que a Europa tenha ambição e faça uma transição energética para fontes de energia verdadeiramente renováveis de forma a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (…), continuar a apostar numa fonte energética que não é verdadeiramente renovável porque vai colocar na atmosfera carbono que foi sequestrado pela floresta, é um contrassenso”, diz a Zero.

O recurso à biomassa, enfatiza a associação, não é, nem será de forma alguma, uma solução renovável para a produção de energia.

No comunicado a associação deixa ainda outro alerta: “Espera-se que o Governo não se esqueça do que referiu em 2019, quando assumiu que vai inverter o sentido de marcha no que diz respeito à estratégia para a biomassa em Portugal, assim como tenha em consideração os compromissos com a Lei de Bases do Clima, recentemente aprovada na Assembleia da República, que é bem clara quanto à descarbonização do sistema eletroprodutor”.

Lusa

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