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Abrantes: Centro Hospitalar comemora Dia Mundial da Saúde Mental com a comunidade

10/10/2017 às 00:00

Todos os anos, no dia 10 de outubro, o Serviço de Psiquiatria do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) comemora o Dia Mundial da Saúde Mental.

Este ano não foi diferente e as celebrações realizaram-se em conjunto com a Comunidade, na cidade de Abrantes.

Para tal, foi inaugurada no Espaço Jovem da Câmara Municipal de Abrantes a exposição “IntegrArte”. Uma exposição cujo tema foi inspirado no estigma e preconceito para com as pessoas com perturbação mental e na qual participam os utentes do Serviço de Psiquiatria do Centro Hospitalar.

Cesaltino Fonte, enfermeiro especialista em saúde mental e psiquiatria e responsável pelo Serviço de Psiquiatria do CHMT, falou-nos acerca da exposição e do trabalho que é feito com os utentes. Comentou que o CHMT, “numa ordem de mudança e de inclusão de doentes mentais decidiu festejar o dia na cidade de Abrantes, uma vez que estamos instalados num Centro Hospitalar que engloba três hospitais, e é importante começar a descentralizar as comemorações do Hospitalar de Tomar”.

Cesaltino Fonte, enfermeiro especialista em saúde mental e psiquiatria e responsável pelo Serviço de Psiquiatria do CHMT

“Temos o intuito de mostrar às pessoas o quanto se trabalha neste Serviço, o quanto os nossos artistas produzem e gostamos de nos dar a conhecer, também para evitar aquele estigma que se tem do doente mental. Porque isto faz parte de uma terapia que leva à integração e à inclusão da pessoa na sociedade e na sua família e para que se sintam aproveitadas”, explicou o enfermeiro.

“A pintura faz com que a pessoa se liberte e às vezes transmite as suas angústias, as suas frustrações”. É, muitas vezes, a partir dos desenhos que os profissionais conseguem trabalhar e adequar o tratamento “que não passa só pela medicação, mas por fazer com que eles se sintam úteis e valorizados”.

Quanto às patologias que são tratadas no Serviço de Psiquiatria do CHMT, Cesaltino Fonte falou de “patologias comuns no nosso país”, como “as depressões (muitas)”, referiu. “Depois temos as outras patologias, como as esquizofrenias, doenças bipolares (que às vezes vêm numa fase maníaca e noutras numa fase mais depressiva), algumas perturbações da personalidade ou mesmo doenças compulsivas. Todas elas causam sofrimento no doente e nas famílias e tentamos que todos estejam abrangidos no tratamento”.

Luís Filipe Dias, vereador com os pelouros da Juventude e Cultura da Câmara de Abrantes esteve presente na abertura da exposição. Falou do conceito da terapia pela arte e em “percebermos que esta questão da saúde mental é tão importante quanto as questões da saúde física”. Destacou a “importância da pedagogia que deve haver a nível da escola e, sobretudo, da maneira como nós podemos formar nos nossos jovens este conceito que, de facto, se trata de uma doença”.

O vereador relembrou ainda um dos nomes maiores da “arte bruta” no concelho e no país, Mário Cordeiro, falecido em dezembro de 2016.

“A arte é, inequivocamente, uma terapia. E em Abrantes tivemos alguém que nunca teve o apoio necessário no que à psiquiatria diz respeito, porque também o próprio não o quis, pois sentia-se um marginal confesso. Mário Cordeiro tinha uma dimensão artística notável. Era um especialista tremendo em arte bruta e deixou-nos, provavelmente, das obras mais geniais em arte bruta em Portugal”.

Luís Filipe Dias e Edgar Pereira

Já Edgar Pereira, em representação do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo, destacou a importância de o hospital sair à rua. “É importante que as pessoas conheçam aquilo que se faz dentro daquelas portas, aquilo que é possível fazer com as pessoas e não só com os doentes. É importante que as pessoas os conheçam.

A participação de cerca de 30 utentes está então exposta no Espaço Jovem, em Abrantes, até dia 3 de novembro. Trabalhos de pintura, escultura e poesia que integram a “IntegrArte”.

O dia contou ainda com uma Mega-aula de Ginástica e Jogos Tradicionais na Praça Barão da Batalha dirigida à população em geral, que teve como intuito “contribuir para diminuir o impacto do estigma da sociedade relativo à doença mental e apresentar à comunidade o trabalho desenvolvido pelos profissionais do serviço de Psiquiatria, com vista à reabilitação e integração do doente de saúde mental”.

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