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Da floresta tropical à savana africana, o projeto BARK – Biopark Barquinha vai “criar uma aventura” e juntar animais dos quatro cantos do mundo

18/02/2019 às 00:00

Desde o grilo asiático até aos jaguares, do lince ibérico às girafas, dos elefantes às suricatas, são mais de 260 as espécies animais que vai poder encontrar a partir de 2021 em Vila Nova da Barquinha, num ambiente de verdadeira simbiose com a natureza.

Chama-se BARK – Biopark Barquinha, quer ser uma porta para o conhecimento e respeito pela biodiversidade e também um dos maiores bioparques da Europa: o primeiro em Portugal, segundo na Europa e quinto no mundo a estar aberto durante a noite.

O projeto foi apresentado no dia 15 de fevereiro, na Assembleia Municipal de Vila Nova da Barquinha, e é a concretização de um sonho de João Paulo Rodrigues, o promotor, de 22 anos, licenciado em Biologia e cuja convivência diária com animais na Quinta dos Plátanos, em Coalhos, freguesia de Pego, no concelho de Abrantes, lhe despertou a necessidade de conservação das várias espécies animais.

O BARK é um bioparque projetado como centro de conservação e reprodução de espécies em vias de extinção, com a ideia de educar e de sensibilizar toda a população visitante e local, para conseguir interagir e viver com a natureza numa simbiose perfeita”, esclarece João Rodrigues.

Assente nos pilares de conservação, educação e investigação, o BARK vai ser construído entre a A23 e a A13, a norte do centro de negócios de Vila Nova da Barquinha, na fronteira com o concelho de Tomar, e segue o conceito de zoo de imersão, ou seja, respeita os recursos naturais do local, tentando “recriar ao máximo o habitat natural de uma espécie” e privilegiando “o bem estar animal ao máximo”, conta João Rodrigues.

E o objetivo é claro: “Esperamos que o BARK seja o melhor bioparque, se não da Europa, do mundo”, afirma João Rodrigues, pertencente à empresa promotora do projeto, OLIFANTES & NATURE.

O BARK representa um investimento global de 70 milhões de euros, vai ter uma área de 43 hectares e criar 150 postos de trabalho direto. As portas vão abrir no dia 25 de março de 2021 e a meta é proporcionar “uma aventura” a qualquer um dos 450 mil visitantes esperados no primeiro ano.

E a aventura começa pelos quatro habitats iniciais que vão inaugurar o bioparque: o arquipélago indonésio – uma floresta tropical com dois andares que leva os visitantes desde a Malásia até à Papua Nova Guiné, através de espécies como o pequeno grilo asiático, o tapir malaio, os dragões de komodo e o gato enferrujado; o Pantanal – numa viagem até ao Brasil, através de uma ponte suspensa sobre a água onde pode avistar “os jaguares a nadar debaixo de água”; o Peneda-Gerês – onde salta à vista os linces e lobos ibéricos, abutres portugueses e cabras pirináicas; e a Savana Africana – onde está o animal mais exigente do parque, o elefante, bem como girafas, zebras, texugos e suricatas. Ao todo, 260 espécies vindas de outros parques que podem vir a crescer até às 3000.

Depois de uma visita aos quatro cantos do mundo, pode repor energias e tomar uma refeição no restaurante do bioparque, com 300 lugares e vista para a Savana Africana ou tomar um descanso e disfrutar da experiência de dormir envolto de natureza no hotel de quatro estrelas com 130 quartos.

O BARK conta ainda com outros equipamentos de apoio como um anfiteatro de 1000 lugares, estacionamento para 397 veículos, um centro pedagógico e uma clínica veterinária.

Pedro Costa, arquiteto envolvido no projeto, destaca que a “ambição é enorme” e que as infraestruturas vão “todas elas ser concebidas numa lógica de projeto ecológico, sustentável, renovável, reciclável e acessível, nas melhores práticas de projeto e de construção que a Europa tem para oferecer”, com a preocupação do planeta sempre presente: até “a reciclagem de resíduos será feita dentro de um ciclo biológico e natural dentro do parque”.

Em declarações à Antena Livre, o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha mostra expectativa no projeto e admite que será, em termos económicos “uma mais-valia para todos os concelhos limítrofes porque permite alocar investimentos significativos”. Fernando Freire admite estar a par do projeto e diz que a Câmara tem ajudado “nomeadamente na questão dos terrenos” e na alocação de “todos os meios técnicos para este projeto”.

Mas porquê Vila Nova da Barquinha? De acordo com o promotor, é “o melhor local” para o bioparque, devido à sua localização estratégica: abundância de recursos naturais e do parque florestal, situada no centro do país, numa zona de baixa densidade urbana entre a A23 e a A13, a pouca distância de acessos importantes como a A1 e a estação do Entroncamento e perto de outras atrações como o Castelo de Almourol e o Convento de Cristo, em Tomar.

Uma escolha que agrada ao autarca de Vila Nova da Barquinha, uma vez que o projeto representa um “investimento significativo no nosso território, e só temos que acolher de braços dados tudo o que é investimento em zonas de baixa densidade. É sempre, de facto, benéfico para as populações e para o território”, conclui.

Ana Rita Cristóvão

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